Caravana

Projeto MusiLibras chega em João Pessoa para ensinar música a surdos

A Caravana MusiLibras chega em João Pessoa levando música e inclusão para crianças e jovens surdos entre os dias 29 e 31 de outubro. Na capital paraibana, a ação passará pela Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad) e ainda oferecerá um workshop desenvolvido especialmente para educadores.

As Oficinas MusiLibras acontecem na Funad, nas datas de 29 e 30 de outubro, com duas turmas por dia, das 8h às 11h e das 14h às 16h30.

A atividade acontece no dia 31/10, também na Funad, das 14h às 16h, com uma culminância ao final da ação. São destinadas 30 vagas e os interessados podem se inscrever no local, dia e horário da atividade.

Até o final do ano, o projeto terá passado por Teresina, São Luís, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador, além da cidade de Imperatriz (MA). A realização da Caravana MusiLibras conta com o apoio do Rumos Itaú Cultural 2017-2018.

A iniciativa ensina através de uma metodologia criada pelo músico e educador Irton Silva, conhecido artisticamente como Ras Batman Alagbê, em que os alunos vão aprender a tocar instrumentos de percussão.

“A ideia é trabalhar a autoestima dos alunos e mostrar que a música pode fazer parte da cultura surda”, conta o Mestre Batman. As inscrições gratuitas podem ser feitas nos locais, dias e horários das oficinas. A atividade é destinada a crianças a partir dos 10 anos, adolescentes e jovens.

E com a proposta de despertar o interesse de mais educadores surdos e ouvintes em levar a prática musical para a comunidade surda, a iniciativa realizará o Workshop Música Surda para apresentar as funcionalidades das técnicas e ferramentas pedagógicas da metodologia MusiLibras.

Durante as oficinas, os alunos serão apresentados à metodologia MusiLibras, que utiliza um alfabeto musical em forma de sinais visuais para identificar as figuras de tempo da música e um sequenciador eletrônico de quatro canais. O equipamento criado pelo Mestre Batman constrói frases rítmicas com lâmpadas de cores e tamanhos diferentes, possibilitando trabalhar a intensidade e duração do som. Este dispositivo recebeu o nome de Metrônomo Visual e foi reconhecido como uma tecnologia assistiva na educação musical brasileira. “Tudo isso para mostrar que a música pode nos levar a lugares onde ser diferente é muito normal, e que os limites existem nos ouvidos de quem ouve e não nas mãos de quem toca”, explica o Mestre Batman.

Trajetória – Após a criação da metodologia MusiLibras e do Metrônomo Visual, Mestre Batman realizou várias ações de formação por diversas cidades do país, como Salvador, Vitória, Londrina, Florianópolis, Rio Branco, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Atualmente, é na capital paulista em que estão concentradas as atividades do Instituto Som da Pele, entidade sem fins lucrativos, fundada pelo Mestre Batman, com a proposta de difundir música para a comunidade surda. Ainda no Recife, onde o projeto surgiu, em 2009, montou o grupo Batuqueiros do Silêncio, que também se apresentou por várias cidades do país, com destaque para a Cerimônia de Encerramento das Paraolimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016.

Sobre o Rumos Itaú Cultural
Um dos maiores editais privados de financiamento de projetos culturais do país, o Programa Rumos, é realizado pelo Itaú Cultural desde 1997, fomentando a produção artística e cultural brasileira. A iniciativa recebeu mais de 64,6 mil inscrições desde a sua primeira edição, vindos de todos os estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas mais de 1,4 mil propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio do instituto para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas áreas de expressão ou de pesquisa.

Os trabalhos resultantes da seleção de todas as edições foram vistos por mais de 7 milhões de pessoas em todo o país. Além disso, mais de mil emissoras de rádio e televisão parceiras divulgaram os trabalhos selecionados.

Nesta edição de 2017-2018, os 12.616 projetos inscritos foram examinados, em uma primeira fase, por uma comissão composta por 40 avaliadores contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de atuação e regiões do país.

Em seguida, passaram por um profundo processo de avaliação e análise por uma Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por 21 profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo gestores da própria instituição. Foram selecionados 109 projetos, contemplando todos os estados brasileiros.

Fonte: Click PB
Créditos: Polêmica Paraíba