Reflexão

PÁSCOA: uma lição de humildade para os políticos - Por Felipe Nunes

No dia de hoje proponho colocar uma pausa momentânea nas discussões triviais inerentes ao ano eleitoral. A Páscoa chega e nos permite uma reflexão mais profunda sobre vários aspectos da vida, inclusive um olhar mais crítico sobre nossos políticos.

No dia de hoje proponho colocar uma pausa momentânea nas discussões factuais e triviais inerentes ao ano eleitoral. A Páscoa chega e nos permite uma reflexão mais crítica sobre vários aspectos da vida, inclusive sobre a política e os políticos.

A história da Páscoa cristã envolve esvaziamento, desapego do poder e humildade. Resumidamente, tudo começa quando Cristo, o Filho de Deus, com a mesma essência do Pai e partícipe da mesma glória, decide se esvaziar, tornar-se servo e humilhar-se até a morte, numa tenebrosa e rude Cruz. Tudo isso com um objetivo apenas: salvar os homens de seus pecados e mazelas.

Ao contar-nos essa história, na Epístola aos Filipenses, o apóstolo Paulo recomenda: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus”. Ao obedecer aquele conselho, conforme Paulo, os homens viriam a “tornar-se puros e irrepreensíveis, […] no meio de uma geração corrompida e depravada”.

Nas últimas horas, políticos brasileiros de vários partidos estão publicando em suas redes sociais mensagens alusivas à Páscoa e ao sacrifício de Cristo. Alguns fizeram questão de carregar a Cruz, como fez um deputado estadual no sertão da Paraíba. Outros visitaram templos, cumprimentaram os fieis, distribuíram peixes. Uma imitação mal-feita daquilo que Jesus fazia.

Na prática, o caminho adotado por nossos representantes é outro. Às vésperas das eleições, a discussão entre eles não está focada nos planos de governo nem nas propostas para diminuir a violência, mas sim no fisiologismo, nos espaços que vão lhes garantir poder e, quem sabe, imunidade para continuar praticando seus ilícitos.

O período de janela partidária, que vai até o dia 07 de abril, é o exemplo do momento. Vários pré-candidatos procuram novas siglas para abrigar seus interesses pessoais. Nenhum deles está preocupado com as causas do pobre, do fraco e do oprimido, com os problemas do país. Todos, com raras exceções, estão pensando na própria sobrevivência e na sobrevivência de seus companheiros. Longe estão do sentido pascoal.

Nesse domingo de Ressurreição, vamos desejar aos políticos brasileiros, uma dose de realidade. Que eles reflitam com mais sinceridade sobre o sacrifício de Cristo, espelhem-se nele, e coloquem em prática o pudor e a humildade que tanto lhes faltam.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Felipe Nunes