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Paraibanos criam plataforma gratuita para telemedicina em suspeita de COVID-19

Dois desenvolvedores de softwares brasileiros criaram uma ferramenta gratuita para que pacientes tenham atendimento médico rápido e de forma virtual. A Central Corona, lançada nesta segunda-feira (6), foi produzida após ser publicada a portaria do Ministério da Saúde que autorizou o uso da telemedicina durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), no dia 23 de março.

Segundo Geraldo Ramos, um dos desenvolvedores, a Central Corona é uma plataforma gratuita que faz a ponte entre os pacientes e os médicos por meio de aplicativos de conversa ou de redes sociais e visa auxiliar as pessoas a obterem atendimento online em caso de suspeita da Covid-19, evitando o deslocamento físico destes pacientes para postos de saúde ou hospitais.

“Eu tenho uma cunhada que é médica e presta serviço temporário para a prefeitura de João Pessoa. Ela me contou sobre as dificuldades que eles têm devido ao grande número de telefonemas que estão recebendo em atendimento pré-clínico. O sistema requer que os médicos se desloquem para uma central e atenda os telefones de lá. Isso me deu a ideia de tentar criar uma plataforma que possa ser usada por médicos de todo o Brasil para dedicarem seu tempo livre para atender pacientes com dúvidas ou sintomas que possam ter relação com o novo coronavírus” diz Geraldo, que é pernambucano, formado em João Pessoa, e mora nos Estados Unidos desde 2013, trabalhando em uma empresa de desenvolvimento de software.

O funcionamento da Central Corona é feito a partir do site da plataforma. A partir de lá, os pacientes são direcionados para o aplicativo de conversa escolhido na primeira etapa. O primeiro contato é com um chatbot, um atendimento automatizado, que faz uma triagem para saber se existe a necessidade de encaminhar o chamado do paciente para um médico real.

Após a triagem, se for necessário conversar com um profissional, é aberto um chamado e o paciente entra em uma fila de requisições. A partir daí um dos médicos ou médicas voluntários do projeto entram em contato com o paciente e fazem o atendimento virtual.

“Os usuários não se conectam diretamente com o médico, mas primeiramente com esse sistema que pode encaminhar para os profissionais ou para o portal de respostas de perguntas mais frequentes. Com isso a gente agiliza a solução de dúvidas e evita congestionamento nas linhas telefônicas das centrais dos municípios”, diz Geraldo.

Em 2019, ele lançou uma plataforma na área de música, em sociedade com outro desenvolvedor brasileiro, Eddie Hsu (que mora na Alemanha), que também é um dos criadores da Central Corona. Eles utilizam os ganhos do aplicativo de música como base financiadora da central.

“Sempre que criamos uma solução, temos que pensar no problema de forma holística e encontrar a causa raiz da proliferação do vírus. O isolamento social é uma das principais formas de conter o avanço, portanto, uma central distribuída se mostra mais eficiente no alcance do objetivo, uma vez que, centrais físicas contrariam suas próprias recomendações de segurança”, diz Eddie.

A médica que presta serviços em João Pessoa, Heloisa Estrela, completa o trio de idealizadores do projeto. Ela atua como médica responsável e também orienta em relação à parte técnica. A própria Heloisa também atua como médica voluntária da plataforma, que tem uma lista dos profissionais que ajudam nos atendimentos. Até esta segunda-feira (6), nove médicos da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul estavam cadastrados como voluntários da plataforma. Os médicos que quiserem participar como voluntários também podem acessar uma área específica do site para fazer o cadastro.

Fonte: G1 Paraíba
Créditos: G1 Paraíba