Paraíba - Em meio a um cenário nacional de mudanças nos fluxos migratórios internos, a Paraíba se destacou como o único estado do Nordeste a registrar saldo positivo de migração entre 2017 e 2022. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nas informações do Censo Demográfico 2022.
Enquanto estados como Maranhão (-129.228), Pernambuco (-41.486) e Bahia (-41.549) apresentaram forte perda populacional para outras regiões, a Paraíba contrariou a tendência e atraiu 30.952 novos moradores de outros estados. Com isso, tornou-se a única unidade federativa nordestina a ter mais pessoas chegando do que saindo durante o período analisado.
O número representa uma reversão relevante no comportamento migratório da região, historicamente marcada pela saída de moradores em busca de oportunidades em centros urbanos do Sudeste e Sul. Segundo o IBGE, essa mudança pode estar ligada ao crescimento de polos regionais, à interiorização do desenvolvimento, à melhoria na infraestrutura e ao fortalecimento de setores como o turismo, educação superior e serviços na Paraíba.
Notícias Relacionadas
O fenômeno ganha ainda mais destaque diante da perda de protagonismo de estados tradicionalmente receptores de migrantes, como São Paulo e Rio de Janeiro, que, pela primeira vez desde 1991, apresentaram saldos negativos no fluxo migratório. São Paulo, por exemplo, teve uma perda líquida de 89,5 mil habitantes no período, enquanto o Rio de Janeiro perdeu mais de 165 mil.
A migração foi concentrada principalmente entre jovens de 25 a 34 anos, faixa etária associada à busca por trabalho, estudo e melhor qualidade de vida. Para especialistas, o saldo positivo da Paraíba pode indicar um maior poder de retenção da população local, e também a emergência do estado como destino atrativo para novas oportunidades.
O Censo 2022 ouviu mais de 7,8 milhões de domicílios em todo o país, com base em uma amostra representativa de 10,6% dos lares brasileiros. Os resultados ainda são preliminares, mas já apontam para um novo desenho do mapa migratório do Brasil.
