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Paraíba é o segundo estado brasileiro que mais perdeu leitos do SUS em dez anos, aponta CFM

O relatório foi produzido com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

A Paraíba é o segundo estado brasileiro que, em termos proporcionais, mais perdeu leitos de internação do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo levantamento publicado nesta quarta-feira (29) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e que trata do período entre janeiro de 2011 e junho de 2020. Segundo o relatório, a Paraíba tinha 8.066 leitos em 2011, mas, neste período, teve uma redução de 20% e hoje contabiliza apenas 6.454 leitos do SUS. Apenas o Rio de Janeiro apresentou uma redução maior, de 34%.

O relatório foi produzido com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Em todo o território, o Brasil tem hoje 294.280 leitos do SUS. Eram 335.213 em 2011. Déficit de 18,2 mil unidades.

O CFM mostra que os números seriam ainda piores se não fossem os hospitais de campanha montados este ano em caráter provisório para tentar conter o avanço do coronavírus no país. De acordo com os números, a Paraíba ganhou 166 novos leitos em 2020, enquanto que em âmbito nacional o aumento este ano foi na casa dos 22,8 mil leitos.

Números que encerram uma série histórica de reduções ano após ano, mas não a ponto de evitar o déficit acumulado ao longo de uma década. De acordo com a conclusão do relatório, este aumento pontual em 2020 “parece estar diretamente relacionado à situação da pandemia pela Covid-19”.

Para efeito de metodologia, foram considerados leitos de internação aqueles reservados para pacientes que precisem ficar mais de 24 horas nele.

Em números absolutos, a Paraíba ocupa a sexta posição entre os estados do Nordeste no número de leitos do SUS, estando a frente apenas de Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe. O estado possui 619 habitantes para cada leito de internação do SUS.

“Esta redução significativa no número de leitos do SUS na Paraíba é preocupante. Apesar de termos quase 6,5 mil leitos no estado, um número superior a outros estados do mesmo porte que o nosso, tivemos uma perda grande. Nossa população está crescendo, envelhecendo e a quantidade de leitos diminuiu”, ressaltou o presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), Roberto Magliano de Morais.

Ele ainda lembrou que este aumento de 2020, proveniente principalmente de hospitais de campanha, é de uma estrutura provisória. “A expectativa é que muitos desses novos leitos criados este ano sejam desativados em breve”, completou o presidente do CRM-PB.

Apenas Rondônia, Roraima, Amapá, Tocantis, Ceará, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso não registraram déficit.Todos por diferença mínima.

Fonte: G1
Créditos: G1