OPINIÃO

O veneno da vaidade e um papelão no jornalismo cultural da Paraíba - Por Marcos Thomaz

Eu pensava que a figura de papelão da vez caberia de maneira inescapável à senhora “cloroquinada” Tamagotchi, digo Yamaguchi, a médica especialista que entende tanto de Covid quanto eu de física quântica (afinal, é vírus, ou protozoário, doutora?).

Eu pensava que a figura de papelão da vez caberia de maneira inescapável à senhora “cloroquinada” Tamagotchi, digo Yamaguchi, a médica especialista que entende tanto de Covid quanto eu de física quântica (afinal, é vírus, ou protozoário, doutora?).

Mas aqui na Parahyba, esta bela e, às vezes assim, besta província, a semana só termina quando acaba.

Coube a um nobre colega jornalista a missão de roubar a cena de “Nise sabe-nada”.

Vejam bem, nem é do meu feitio meter o bedelho em quiproquó, babado, bafafá, arenga alheia, menos ainda fazer fofoca, mas já que a pataquada foi pública e transmitida via canal modernoso do youtube para todo o Globo Terrestre, vou dar nome aos bois…

O veterano e renomado Sílvio Osias se valeu de uma participação em debate com outros jornalistas sobre territorialização cultural para ocupar o centro do discurso. Nada de periferia, que era o enfoque primário do tema, ele queria ser o foco, afinal, já dizia o mestre Ariano: “ao redor do buraco tudo é beira” e esse negócio de ficar à margem é para os mortais.

Abruptamente ele começou a destilar rancor, amargura e o veneno da vaidade contra outros integrantes da “Live” e, pior, covardemente, disparando até contra quem não participava.

Em um arroubo egocêntrico incontrolável Sílvio remetia a episódios passados em que supostamente teria tido veto a textos seus nos cadernos de cultura então comandados pelos “alvos”.

Como uma metralhadora giratória ele disparava a esmo, desordenadamente. Típico de quem reage a um surto persecutório. Parecia que todo o editorial cultural paraibano havia fechado as portas, ou pior, estava engajado e orquestrado para eliminá-lo do circuito. Depois alguém me lembra o nome que se dá a essa mania de perseguição.

Não bastassem as acusações desconexas e tratadas em arena imprópria, a deselegância adquiriu tons ainda mais intensos quando flertou com a megalomania!

Não contente em revelar mágoas pretéritas pública e colericamente, passou a tripudiar, espezinhar citando nominalmente trabalho e questionando capacidade dos colegas já expostos.

O homem, em confusão com a soberba que exprimia ao acusar os outros com dedo em riste, teve uma súbita necessidade de autoafirmação e largou uma pérola mais ou menos nos seguintes termos, mas em sentido literal como o transcrito: “A União, por exemplo, ganharia muito com a publicação de um texto meu. Quem não quer ter uma assinatura de Sílvio Osias??”

Ok, ok, ok, ok, já dizia o Gilberto Gil, aquele a quem Sílvio chama de amigo íntimo..

Sílvio é dos grandes nomes do jornalismo paraibano. Mas querer se arvorar maior que o mais antigo veículo de comunicação do Estado, aliás maior que qualquer um?? Bem, como ele citou diretamente A União, tratemos da casa, que carrega consigo, além de pioneirismos, marcas muito maiores e mais perenes, que o gigante Sílvio, obviamente. Para ficarmos na cultura cito apenas o exemplo de ter tido colaboradores da estirpe de José Lins do Rego, um certo “Menino de Engenho”, que completa 120 anos de nascimento agora no a no da graça de 2021, com todas as honras e homenagens rendidas pelo periódico.

Para ser fiel aos fatos devo registrar que nunca trabalhei, não conheço, sequer cruzei com Sílvio Osias em quaisquer esquinas literárias, becos boêmios, ou inferninhos musicais pessoenses, portanto estou livre de insinuação de aproveitar a ocasião e também não estou formando opinião sobre o cidadão. Me atenho apenas a situação narrada.

Como leitor acompanhava aqui e alhures a sua coluna e ouvia frequentemente sua participação como colunista na CBN. Sempre com muita admiração pelo seu repertório cultural, abrangência de cobertura, propriedade e zelo no trato da informação etc e coisa e talz. É inegavelmente uma referência na área na Paraíba.

Eu, no meu processo de amadurecimento e na humildade de reconhecer que não construo legado sequer próximo a Sílvio Osias, ainda assim, da pequena “parte que me cabe no latifúndio” cultural local, torço e me policio apenas para envelhecer despido deste orgulho e ostentação desmedido.

Isso deve fazer um mal que dói na própria alma, além da vergonha alheia!

A Sílvio, no gigantismo que emana no exercício da profissão, espera-se paralelo com a retratação por promover lamentável episódio.

Fonte: Marcos Thomaz
Créditos: Polêmica Paraíba