Octávio Paulo Neto

"O sistema de Justiça precisa ser repensado": diz promotor do Gaeco após prisão de delegada na PB

Após a prisão da delegada Maria Solidade, por tentativa de extorsão contra um policial rodoviário federal, o promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), Octávio Paulo Neto, comentou que os agentes públicos perderam o temor de cometer crimes. Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta quinta-feira (22), ele detalhou que a delegada foi detida, por força de mandado de prisão preventiva, pois “ela exigiu determinado pagamento de valores para poder minorar as consequências de um eventual inquérito” contra um PRF.

“O caso é emblemático porque demonstra que, infelizmente, o sistema de Justiça precisa ser repensado. Essa já é, me parece, a segunda ou terceira ação penal em face dela por crimes cometidos no exercício da função”, explicou Octávio Paulo Neto, ao programa Arapuan Verdade.

De acordo com o promotor, “no (crime) de hoje ela foi presa preventivamente a pedido do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) do Ministério Público da Paraíba, em conjunto com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), por concussão. Ou seja, ela extorquiu. E o que é mais emblemático ainda é que ela estava extorquindo um policial rodoviário federal.”

Ainda conforme o promotor do Gaeco, isso “demonstra que o Brasil precisa repensar seriamente seus institutos porque, por mais esforço que a gente empreenda, as pessoas não estão tendo o temor de cometer essas práticas. Eu fico me perguntando e imaginando o que uma pessoa que exerce um cargo público como esse é capaz de fazer contra um cidadão comum se ela faz isso com um policial.”

ENTENDA O CASO: 

Uma delegada e um escrivão da Polícia Civil da Paraíba foram presos nesta quinta-feira (22) acusados da prática do crime de concussão, que consiste na exigência de vantagens indevidas pelo agente público. De acordo com informações do jornalista Clilson Júnior, a delegada alvo do mandado de prisão foi Maria Solidade. Segundo a investigação, a delegada estava tentando extorquir um agente da Polícia Rodoviária Federal.

A Operação Cara de Pau foi deflagrada pelo Núcleo de controle da atividade policial ( NCAP), em conjunção de esforços com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público da Paraíba.

Foram determinados dois mandados de prisão e três de busca e apreensão.

Em outra polêmica no ano de 2016 a Justiça determinou o afastamento da delegada Maria Solidade de Sousa, que atuava na 6ª Delegacia de Santa Rita. Ela foi investigada por desvio de valores provenientes de pagamentos de fiança. A decisão na época foi do juiz Gustavo Procópio, titular da 5ª Vara de Santa Rita, com base em denúncia ofertada pelo Ministério Público Estadual.

NOTA

O Núcleo de controle da atividade policial ( NCAP), em conjunção de esforços com  Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO -, do Ministério Público da Paraíba, desencadeou no dia de hoje a operação Cara de Pau, com a finalidade de cumprir dois mandados de prisão e três de busca e apreensão, em face de uma delegada de polícia civil do Estado da Paraíba e seu escrivão, pela prática de concussão.

Fonte: Polêmica Paraíba com Click PB
Créditos: Polêmica Paraíba