OPINIÃO

Metas essenciais para o novo governo: combate à fome e reforma política- Por Delegado Francisco Azevedo

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Vamos admitir que Lula seja desonesto e que Bolsonaro seja honesto. O que estava em jogo nas eleições presidenciais eram visões distintas do estado brasileiro. A representada por Bolsonaro era inegavelmente inspirada em um tempo em que os trabalhadores do Brasil eram desorganizados, extremamente explorados e analfabetos para se dizer o mínimo. A população mais pobre praticamente não tinha direitos e era brutalmente tratada sob qualquer justificativa de ordem e progresso das elites. No caso de Lula, estavam inegavelmente todos os avanços sociais em contraste com o escrito acima.

A polarização não é uma luta do bem contra o mal, sequer uma medida das personalidades de Lula ou Bolsonaro, este um sujeito instável, truculento e disposto a enfrentar todos os obstáculos na direção ideológica de extrema direita, liberalismo econômico e subversão dos fundamentos de um estado que pouco retorna daquilo que extrai da sociedade. Aquele um sujeito extremamente habilidoso, uma espécie de chefe da máfia política resultante do histórico da abertura democrática brasileira, com sólidos valores de centro esquerda e ciente da importância do estado democrático de direito, cujo espírito já se encontra na Constituição desde 1988. Eu entendo que discussões sobre o foro de São Paulo ou sobre intervenção militar não passam de teorias conspiratórias.

O importante no momento é observar a devida transição de governo. Entendo que mais do que essa PEC da gastança ou obsessão no combate à fome, o novo governo devia gastar todo o seu prestígio na reforma política. Se lá atrás Lula foi coerente com o novo sindicalismo e com a criação do PT e da Central Única dos Trabalhadores, está na hora dele, como se diz o defensor da democracia, conduzir os debates para uma nova ordem política em que as diferenças não impliquem em intolerância e violência no seio da sociedade civil da República Federativa do Brasil.

Fonte: polêmica paraíba
Créditos: Polêmica paraíba