Alagoa Grande e Matinhas

Governo Federal entrega título de posse a duas comunidades quilombolas na Paraíba

Comunidade Caiana dos Crioulos recebeu posse de sítios localizados em Alagoa Grande e Matinhas. Área era ocupada por quilombolas há anos, mas oficialização só veio em julho.

A comunidade quilombola Caiana dos Crioulos, em Alagoa Grande e Matinhas, cidades pertencentes à Região Metropolitana de Campina Grande, receberam na quinta-feira (29) a posse dos sítios em que já estavam instaladas. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (6). A entrega da posse dos sítios pertence ao programa da da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH).

As imissões de posse são executadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Para que elas fossem concedidas, a SNPIR transferiu R$ 1,9 milhão para o instituto no ano passado.

Com essas imissões, 98 famílias do agreste paraibano conquistaram a totalidade do território que mede, aproximadamente, 450 hectares. O local é identificado pelo Incra como área remanescente de quilombo.

Devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a assinatura das imissões foi feita sem festa ou aglomeração de pessoas. Participaram alguns representantes da comunidade quilombola, o superintendente do Incra na Paraíba, Kleyber Nóbrega, o chefe da Divisão de Governança Fundiária da autarquia no estado, Antônio de Lisboa Dias, e, o oficial de justiça federal Silas Batista de Menezes.

De acordo com a secretária nacional de políticas de promoção de igualdade racial, Sandra Terena, a imissão soluciona um problema que se arrastou por mais de uma década foi resolvido em menos de dois anos.

Histórico
De acordo com informações do Incra, “a presidente da associação de Caiana dos Crioulos, Edinalva Rita do Nascimento, contou que desde fevereiro, quando o Incra tomou posse da primeira das três áreas que compõem o território da comunidade, a produção de alimentos aumentou consideravelmente”.

Edinalva disse que “agora as famílias se sentem seguras e possuem mais áreas para o plantio de culturas de subsistência, como feijão-macáçar e feijão-guandu, fava, milho, mandioca, inhame e batata-doce, e ainda para desenvolver a criação de animais e a fruticultura.”

Ela também afirmou que “o número de famílias que plantavam triplicou. Antes tinha família que não tinha espaço para colocar um quadro de roçado. Hoje, nesse momento difícil de pandemia, podemos dizer que nossas famílias estão asseguradas, que podem produzir seus próprios alimentos e não dependem de doação de cestas básicas”.

Fonte: G1
Créditos: G1