Combate à pandemia

Falta de doses vem prejudicando vacinação contra covid-19 na Paraíba a cada semana; veja cenário

A baixa quantidade de doses de vacinas contra a covid-19 recebida pela Paraíba (e pelos demais estados do país) tem efeitos no combate à pandemia. Dados do Ministério da Saúde mostram como anda o ritmo de vacinação contra a doença na Paraíba, que, não por acaso, tem um ritmo acelerado à medida que doses chegam, mas ao longo dos dias, vai diminuindo.

A Paraíba recebeu, até esta semana, cinco remessas de vacinas desde a aprovação do uso emergencial dos imunizantes CoronaVac, e de Oxford, em 17 de janeiro de 2021. É possível perceber, mediante o gráfico de vacinação estadual, que dentre as quarta e quinta remessas, o maior período sem o recebimento de doses, também registrou o menor número de doses aplicadas na campanha estadual, principalmente na segunda semana desse período. Outro lapso de tempo com o mesmo comportamento é entre os dias 25 de janeiro e 7 de fevereiro, datas que separam o recebimento das terceira e quarto lotes.

Até o momento, o estado recebeu 286.980 doses em cinco remessas do Ministério da Saúde. A primeira foi no dia 18 de janeiro, com 114.880 doses da CoronaVac. Seis dias depois, no dia 24 de janeiro, desembarcaram 36.000 doses da vacina de Oxford. Um dia depois, em 25 de janeiro, mais 16.600 doses de CoronaVac foram recebidas. No dia 7 de fevereiro, foram recebidas outras 56.200 doses de CoronaVac. Por último, a quinta remessa, dividida em duas partes, foi recebida 17 dias depois, em 24 e 25 de fevereiro, quando chegaram 39.500 doses da vacina de Oxford e 23.800 de CoronaVac, respectivamente, somando 63.300 novas doses.

Entre os dias 18 e 24 de janeiro, a primeira semana de vacinação na Paraíba, foram 27.042 doses aplicadas. Entre os dias 25 e 31 de janeiro, a segunda semana da campanha, foram 32.131 doses aplicadas. Já na terceira, entre os dias 1º e 7 de fevereiro, foram 19.206 doses aplicadas. Entre os dias 8 e 14 de fevereiro, foram 24.404 doses aplicadas, entre os dias 15 e 21, outras 25.941 doses aplicadas e entre os dias 22 e 26 de fevereiro, data de fechamento desta matéria (às 14h), foram 10.583 doses aplicadas.

Cruzando as datas e dados, a situação da vacinação na Paraíba fica assim:

18 de janeiro: 114.880 doses recebidas

Entre 18 e 24 de janeiro: 27.042 doses aplicadas

24 de janeiro: 36.000 doses recebidas

25 de janeiro: 16.600 doses recebidas

Entre 25 e 31 de janeiro: 32.131 doses aplicadas

Entre 1º e 7 de fevereiro: 19.206 doses aplicadas

7 de fevereiro: 56.200 doses recebidas

Entre 8 e 14 de fevereiro: 24.404 doses aplicadas

Entre 15 e 21 de fevereiro: 25.941 doses aplicadas

Entre 22 e 26 de fevereiro: 10.583 doses aplicadas

24 e 25 de fevereiro: 63.300 doses recebidas

As doses recebidas pelo governo do estado passaram a ser entregues na sexta-feira (26) em todos os 223 municípios, que devem iniciar uma nova fase de vacinação a partir dessa segunda-feira (1º). Vale lembrar que as prefeituras seguem o Plano Nacional de Imunização, definido pelo Ministério da Saúde, seguindo grupos prioritários de vacinação.

Veja o gráfico de vacinação e a curva descendente dentro das semanas e entre semanas. Clique na imagem para vê-lo completo.

Vacinação no estado

Ao todo, até o fechamento desta matéria, na sexta-feira, a Paraíba aplicou 139.362 doses. O estado aparece em quarto lugar no Nordeste em número de aplicações, atrás de Bahia (375.119), Pernambuco (265.892) e Maranhão (175.939). Completam a lista Ceará (135.850), Rio Grande do Norte (120.400), Alagoas (90.304) Piauí (80.209) e Sergipe (51.491).

A nível nacional, a Paraíba aparece na 13ª colocação.

Primeira dose não garante imunização

Já foi amplamente divulgado pela imprensa que ser vacinado com apenas a primeira dose da não garante a imunização da doença. Estudos da Universidade de Oxford, indicam que a vacina, desenvolvida com a AstraZeneca, por exemplo, tem 76% de eficácia contra casos sintomáticos da doença após a primeira dose, mas afirmam que é preciso aguardar aproximadamente 15 dias até o sistema imunológico do paciente reagir. Ela, por exemplo, tem um intervalo previsto entre doses de aproximadamente 12 semanas. Já a CoronaVac tem um tempo entre doses recomendados de 14 a 28 dias.

Outro dado que corrobora com essa informação é no caso de alguém esquecer de ser vacinado com a segunda dose. Um atraso de um dia ou até uma semana, por exemplo, não afeta o propósito da vacina. No entanto, se o atraso for muito grande, todo o protocolo de vacinação deve ser reiniciado.

Em outras palavras, é preciso que a pessoa tome as duas doses da vacina e espere pelo período que o organismo leve para produzir os anticorpos, para que a vacina atinja a sua eficácia máxima.

Um exemplo local dessa possibilidade aconteceu com o médico cirurgião e diretor do hospital Santa Isabel, doutor Fernando Ramalho, que foi vacinado com a primeira dose da vacina CoronaVac, foi diagnosticado com a doença antes de tomar a segunda dose e faleceu.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba