artes cênicas do país

Em novo formato, Festival Digital Palco Giratório apresenta espetáculos

Com foco na valorização da cultura e dos grupos de artes cênicas do país, o Sesc retorna este ano com o projeto Palco Giratório, mas agora com novo modelo: o Festival Digital Palco Giratório.

Com foco na valorização da cultura e dos grupos de artes cênicas do país, o Sesc retorna este ano com o projeto Palco Giratório, mas agora com novo modelo: o Festival Digital Palco Giratório.

A 23ª edição teve início no dia 30 de setembro e serão 17 transmissões ao vivo dos espetáculos, pelo canal do Youtube Sesc Brasil.

Elas vão substituir o circuito que, antes da pandemia, rodava o país de forma presencial. Os espetáculos são dos grupos selecionados para a edição de 2020.

O grande diferencial deste ano é a forma de construção da programação. Os espetáculos serão realizados presencialmente nos teatros do Sesc nos estados (sem público) e transmitidos para todo o Brasil.

Se por um lado o artista não terá contato físico com a plateia, em função da necessidade de isolamento social, por outro, as transmissões vão dar a oportunidade dos grupos ampliarem sua visibilidade e serem vistos por um público muito maior, pois a plateia poderá estar em todos os lugares ou regiões do país.

Os espetáculos foram selecionados por uma curadoria nacional e permanecerão nos canais da Instituição até janeiro de 2022. Entre as apresentações do Festival Digital Palco Giratório estão os espetáculos de grupos como Coletivo Tanz (PB), que se apresenta no dia 14 de outubro, as 20h. Temos também a Cia Lumiato, Lume Teatro, Cia Nós No Bambu, Grupo Bagaceira de Teatro, entre outros.

Além das 17 transmissões ao vivo pelo canal do Youtube Sesc Brasil, o Palco Giratório contemplará 190 horas de oficinas, 97 debates (pensamentos giratórios) e 132 intercâmbios, todos em modo remoto e relacionados aos 17 espetáculos do circuito nacional. Serão disponibilizadas também 131 apresentações de grupos regionais, que ficarão disponíveis até novembro, também de forma online.

“A nossa expectativa é promover a conexão entre os meios digitais de difusão da cultura em ações locais, porque ainda temos medidas de isolamento em muitas cidades. Temos certeza de que o projeto vai dinamizar diversos setores da economia criativa, gerando trabalho e renda para as pessoas que impulsionam as artes cênicas no país, sobretudo neste momento de crise, ampliando ainda mais o papel social do Sesc. Oferecer à sociedade uma programação totalmente renovada ajuda a dar visibilidade àqueles trabalhos que se destacaram durante o ano pela qualidade técnica e pela capacidade de expressar questões contemporâneas”, explica Raphael Vianna, analista de artes cênicas do Departamento Nacional do Sesc.

Reconhecido no cenário cultural brasileiro como um importante projeto de difusão e intercâmbio das artes cênicas desde 1998, o Palco Giratório intensifica a formação de plateias a partir da circulação de espetáculos dos mais variados gêneros e promove a troca de experiências por meio de uma vasta programação.

Este ano, artistas e públicos de diferentes regiões do País estarão conectados em salas virtuais para dialogar sobre essa história.

A realização do Palco Giratório neste formato digital demonstra a força do projeto como uma política inovadora e pluralista de incentivo às artes cênicas, profundamente impactadas pela pandemia no Brasil.

Neste ano, mesmo reconhecendo a perda do valor presencial das ações, a expectativa é conquistar um número maior de espectadores a partir da ampliação de acesso gerada pela transmissão via internet.

Serviço:

Festival Digital Palco Giratório

Data: 30 de setembro a 16 de outubro

Exibição: youtube Sesc Brasil – https://www.youtube.com/user/SescBrasil

PROGRAMAÇÃO

30/09

Nome: Vaga Carne (MG)
Grupo: Grace Passô
Hora: 20h

Sinopse: VAGA CARNE é um solo de Grace Passô, que também assina o texto do trabalho. A peça é um campo de jogo entre palavra e movimento, onde um corpo de mulher vive a urgência de discurso, à procura de suas identidades e de pertencimento. Em sua narrativa, uma voz errante, capaz de invadir qualquer matéria sólida, líquida ou gasosa, resolve, pela primeira vez, invadir um corpo de mulher e, a partir dessa experiência, narra o que sente enquanto sujeito, o que finge sentir, o que é insondável em si, o que sua imagem é para o outro, sonda o que significa um corpo enquanto construção social.

01/10

Nome: Ikuãni (AC)
Grupo: Cia. de Teatro Garatuja
Hora: 20h

Sinopse: Ikuâni, mulher amazônida do século XVI, detentora de uma ancestralidade feminina do tempo antes do tempo, quando mundo era livre dos homens maus os Nawa . O trabalho cênico “Ikuãni” trata da decodificação da movimentação cotidiana da mulher Huni kuin. A linguagem do corpo em movimento durante seus afazeres e sua organização estética, coreográfica, ritualística e espiritual onde a música ocupa um lugar fundamental no desempenho do ritual das tradições indígenas, são objeto de pesquisa profunda neste trabalho. Toda movimentação cênica e narrativa corporal é baseada na vivência com essa ancestralidade da mulher indígena.

02/10

Nome: Roda (PE)
Grupo: Rapha Santacruz Produções
Hora: 16h

Sinopse: Circulando ele vem, trazendo pra roda os domínios fantásticos e misteriosos do reino da imaginação. Na bagagem, a alegria genuína de um brincante popular. E vai “arrodeando” e fazendo surgir uma surpresa a cada volta, e a roda vira circo, e do encontro brota magia. Arrodeia: ele chama pra cena. E lá vem os sons, os meninos, o povo… O brincante é de inspiração nordestina mas tem linguagem universal. A Roda vai gerando energia, é moinho de risada, de festa multiplicada, ciranda de gente vestida de infância. Roda é ciclo de alegria, virando noite e dia nos arrodeios dos sonhos e destinos desejados. Sem começo, sem fim, a Roda é o meio de tudo que de tudo um pouco tem.

03/10

Nome: 2 Mundos (DF)
Grupo: Cia Lumiato
Hora: 16h

Sinopse: Inspirado na colonização da América e dos territórios do mundo todo, o espetáculo conduz o espectador a viajar por um tempo passado que encontra analogias continuas com o presente. 2 MUNDOS conta a historia do encontro de duas culturas opostas, onde se revelam os sentimentos e motivações mais profundas da humanidade. Quando no embate das diferenças explode a luta pela vida, a morte de um jovem acontece trazendo uma nova esperança.

04/10

Nome: Mini cabaré tanguero (AL)
Grupo: Julieta Zarza

Hora: 20h

Sinopse: Um fabuloso e variado Cabaré Porteño onde os espectadores mais exigentes poderão contemplar o melhor da dança e da música Rio-Platense. Seria tudo formidável, não fosse um pequeno “porém”: a excêntrica Julieta pode aparecer e roubar a cena. Um solo onde manipulação, mágica, danças excêntricas, humor e panaquice surpreendem e emocionam a cada instante.

05/10

Nome: Macbeth e o reino sombrio – Shakespeare para crianças (RS)
Grupo: Coletivo Órbita
Hora: 16h

Sinopse: Os generais de guerra Macbeth e Banquo, voltam triunfantes de uma batalha contra a Noruega. Passando por um pântano, se deparam com três bruxas que lhes apontam algumas previsões: Macbeth será barão de Cawdor e futuramente rei. E Flaêncio, filho de Banquo, também será rei. A ambição de Macbeth e de sua esposa, Lady Macbeth, diante das profecias das bruxas os leva a cometer um gesto de traição contra o rei, gerando tempestuosos conflitos.

06/10

Nome: Kintsugi, 100 memórias. (SP)
Grupo: Lume Teatro

Hora: 20h

Sinopse: KINTSUGI, 100 memórias é uma proposta cênica que, partindo dos limites da teatralidade e de modo fragmentário, tenta aproximar-se de uma ideia de memória não linear nem bucólica, mas sim uma memória que apresenta o gesto da vontade no ato de lembrar. Para nós, a memória não é nem monumentalista nem autocomplacente; é, sim, um exercício do presente para revisitar as crises passadas, os erros cometidos, as cicatrizes – pessoais e coletivas – que a história nos deixou e, assim, corrigir o nosso futuro; é o reencontro com a dor como ato de superação.

07/10

Nome: Sobre azares futuros (MA)
Grupo: Budejar Criações Artísticas

Hora: 20h

Sinopse: Um prólogo. Quatro cenas. Uma atriz. Cinquenta minutos de narrativas políticas e poéticas, singelas, dolorosas e alegres, sobre ser mulher no mundo, sobre as lutas diárias do universo feminino. Os azares futuros; os assédios; o aborto; a maternidade e o direito sobre o corpo; são essas as questões em debate, na cena, no corpo e nas marcas da atriz. Composto por uma estrutura dramatúrgica fragmentada, com cenas independentes e com uma estética que propõe cortes secos, picos de alegria, mas sem finais felizes, o espetáculo gera um fio de tensão, questiona, indaga e propõem cenas reflexivas sobre o feminino e as relações de poder no cotidiano da mulher.

08/10

Nome: O vazio é cheio de coisa (DF)
Grupo: Cia Nós No Bambu
Hora: 20h

Sinopse: Num vazio, se desenrola uma dramaturgia ilustra por meio da poesia, da pele, do vegetal, do gesto, do olhar, do som e da luz.

 

09/10

Nome: O circo a céu aberto (RJ)
Grupo: O circo a céu aberto
Hora: 16h

Sinopse: O espetáculo “O circo a céu aberto” resgata nos espaços públicos a atmosfera poética do encontro, do aplauso, do sorriso, do despertar para a imaginação, por meio da linguagem do palhaço, da comédia física e da arte de rua. O resultado é uma catarse coletiva de gargalhadas, transformando os espectadores, independentemente de idade ou perfil social, em crianças ao redor de um picadeiro, debaixo de um circo sem lona.

10/10

Nome: Interior (CE)
Grupo: Grupo Bagaceira de Teatro
Hora: 20h

Sinopse: “Interior” traz para a cena duas velhinhas que insistem em não morrer. Elas já cruzaram diversas gerações e sabem tudo a respeito da vida. Dão conta de todas as histórias prováveis e improváveis. O espetáculo nos convida a um olhar criativo e amoroso perante a vida, onde o impossível é mero detalhe. Com muito bom humor, “Interior” é irreverente e, ao mesmo tempo, singelo. Cheio de afeto, igual a bolo feito por avós.

11/10

Nome: Meia noite (PE)
Grupo: Orun Santana

Hora: 20h

Sinopse: O espetáculo explora a capoeira como elemento criador e motivador do movimento, construindo um procedimento de uso de imagens/memória do corpo do dançador, dialogando dramaturgicamente a relação pai e filho, mestre e discípulo, sendo o intérprete filho do mestre Meia-noite (mestre de capoeira co-fundador do Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, na periferia do Recife), aspectos da ancestralidade pessoal colocados em evidência, revelando princípios motores e do imaginário poético-político do corpo negro na cena.

12/10

Nome: Boquinha ….e assim surgiu o mundo – teatro infantojuvenil – RJ
Grupo: Coletivo Preto
Hora: 16h

Sinopse: “Boquinha… E Assim Surgiu O Mundo” une teatro, circo e música para falar sobre o surgimento do mundo segundo diferentes culturas. O espetáculo se passa no sótão da casa do menino João Vicente (Orlando Caldeira), onde ele encontra uma caixa com as pesquisas de seu avô escritor. Através dessas pesquisas, João Vicente e Boquinha, um pequeno ser feito de dobraduras de papel, viajam pelas culturas cristã, africana, chinesa, pela cultura dos índios brasileiros e pela ciência, para entender como o mundo foi criado.

13/10

Nome: Enquanto a chuva cai (PR)
Grupo: Cia. Fluctissonante
Hora: 16h

Sinopse: Encenada em Português e Libras simultaneamente e voltada a integração do público surdo e ouvinte na plateia, a peça acompanha o encontro e a aproximação de duas crianças órfãs dentro de uma casa em ruínas durante a guerra. A menina se comunica utilizando a Libras e o menino, a Língua Portuguesa. Numa guerra, um amigo é como uma fonte no deserto. A barreira linguística, portanto, não pode ser um empecilho para que os dois personagens se tornem amigos e cúmplices na luta pela sobrevivência. Assim, em delicados jogos de cena, com brincadeiras simples e ternas, a aparente barreira entre os dois é resolvida e a comunicação entre eles acontece.

14/10

Nome: Terreiro Envergado (PB)
Grupo: Coletivo Tanz
Hora: 20h

Sinopse: Terreiro envergado é uma obra construída na relação que estabelece com o público, uma sucessão de pequenos ritos cotidianos, ressignificados no corpo e no lugar, em constante transformação. Inspirado livremente nos ecos das obras do escritor Paraibano José Lins do Rêgo em sua série sobre o ciclo da cana de açúcar. Nesse terreiro “circulam” ambulantes, bêbados, brincantes entre outras figuras místicas que povoam o imaginário popular e que nos convidam a dividir o mesmo espaço, seja palco ou praça para celebrar o encontro. Um verdadeiro caleidoscópio de imagens e sons que se traduzem no corpo atravessado e recortado pela força midiática e memória pessoal dos intérpretes.

15/10

Nome: Ícaro (RS)
Grupo: Luciano Mallmann (LM PRODUCOES)

Hora: 20h

Sinopse: ÍCARO é acima de tudo um espetáculo sobre a diversidade humana. Em cena um único ator e histórias que abordam temas universais, como relacionamentos entre pais e filhos, resiliência, relações amorosas, suicídio, preconceito, gravidez e maternidade. O ponto em comum: todas são depoimentos ficcionais de pessoas cadeirantes. Dramas que se tornaram espetáculo pelas mãos do gaúcho Luciano Mallmann, que estreia como dramaturgo e interpreta todas as personagens. A inspiração partiu das próprias experiências do autor e de pessoas que conheceu depois que passou a usar cadeira de rodas, quando sofreu um acidente com acrobacia aérea de circo em 2004.

16/10

Nome: Salão (BA)
Grupo: Casa 4
Hora: 20h

Sinopse: Amor, breguice e viadagem conduzem o ‘dois pra lá, dois pra cá’ de Salão, primeiro espetáculo do coletivo Casa 4. Em cena, busca-se repensar os estereótipos de gênero que tradicionalmente envolvem as danças de salão e excluem outras possibilidades de dançar a dois.

Fonte: Paraíba Online
Créditos: Polêmica Paraíba