Edições Sesc lançam o livro A arte do circo na América do Sul com eventos na capital e no interior de São Paulo

As Edições Sesc lançam a publicação A arte do circo na América do Sul: trajetórias, tradições e inovações na arena contemporânea com três eventos pela capital e pelo interior de São Paulo. Organizado pela professora e pesquisadora Julieta Infantino e com tradução de Adriana Marcolini, o livro é uma coletânea de artigos acadêmicos, ensaios e reflexões de autores-atores de Argentina, Brasil, Chile e Uruguai, que fazem das artes circenses ofício e fonte de pesquisa. Temas como a história do circo, novas experimentações na arte circense, classificações estético-temporais e o lugar da mulher na produção circense são alguns dos assuntos abordados na obra.

O primeiro evento que celebra o lançamento do livro acontece no dia 23 de junho, sexta-feira, às 14h no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc e faz parte da programação do Festival Internacional Sesc de Circo – CIRCOS, neste encontro haverá um bate-papo seguido de sessão de autógrafos com Julieta Infantino e Rafael Barros. Na sequência, no dia 24 de junho, sábado, às 15h acontece o lançamento no Sesc Ribeirão Preto com um bate-papo também seguido de autógrafos com Julieta Infantino, Rodrigo Matheus e mediação de Ana Maíra Favacho. Por fim, no dia 28 de junho, quarta-feira, às 19h, acontece o bate-papo no Sesc São José dos Campos com sessão de autógrafos com a organizadora da obra Julieta Infantino, o autor Rodrigo Matheus e mediação de Ellen Moreira.

“Por meio do aprofundamento de questões estilísticas, dramatúrgicas e estético-políticas, surge uma espécie de caixa de ressonância acerca das diferentes instâncias do circo contemporâneo. São análises que ecoam por vozes oriundas de países vizinhos, de idiomas distintos, mas que possuem uma arena em comum. Trata-se de esforço que procura reduzir a carência de estudos sistematizados na América Latina, além de fazer jus à historiografia dessa longeva linguagem. Desse modo, pretende servir de inspiração a outros movimentos de uma rede notadamente prolífica.” Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo

A obra se divide em cinco partes, sendo a primeira intitulada de “Histórias localizadas: pensando a partir do Sul”, em que são feitas revisões críticas acerca da história do circo e suas representações na atualidade, além de análises do cenário sociopolítico que resultaram em novas experimentações na arte circense após os golpes civis-militares nos países da América do Sul. A segunda parte do livro, “Contemporaneidades: o circo entre ‘o novo’ e ‘o velho’”, discute o que é o circo, desde suas conceituações mais amplas até os limites com outros gêneros artísticos, bem como as classificações estético-temporais, como o circo tradicional, o novo circo e o circo contemporâneo. Essa seção conta ainda com um artigo do autor francês Jean-Michel Guy, o único não latino-americano que traz uma visão relativa ao contexto europeu.

Na terceira parte da obra, “Entre técnica, estética e poética” as tensões entre criatividade e técnica são exploradas, bem como as possibilidades narrativas do circo. Já a quarta seção, “Novos espaços culturais para o circo”, lança luz sobre as novas experiências do circo nos países da América do Sul e destaca as lutas travadas por viabilidade e legitimação da arte circense. Por fim, a última parte do livro, “Depoimentos”, reúne relatos de artistas, gestores e referências do circo sobre as temáticas gerais que dialogam com os 16 artigos que compõem a publicação.

“O circo, essa arte que combina linguagens, desafia regras, que joga com o impossível, com os limites, a proeza, a poética, a política. Em virtude de suas especificidades estéticas e poéticas, o circo foi e tem sido historicamente uma arte desafiadora e transgressora; corpos que voam, se contorcem, que fazem o que não é possível fazer, que manuseiam o que não é manuseável, que parodiam e criticam o que não é passível de crítica, que brincam com mundos extraordinários. Mas o circo também carrega essa qualidade de desobediência aos cânones hegemônicos — artísticos, estéticos e sociais — por seu caráter coletivo. Atuar coletivamente num mundo cada vez mais individualizado é uma qualidade que fortalece e desafia qualquer obra, seja ela artística, política ou reflexiva. Por isso, o desafio de criar este livro como uma obra coletiva foi um mecanismo para conseguir que leituras, análises e reflexões realizadas individualmente por cada colaborador dialoguem, se cruzem, se completem e discutam entre si. Dessa forma, fortalecem-se os pontos de vista locais e particulares em um conjunto coletivo, que não apaga as individualidades, mas, pelo contrário, abre diálogos, acordos e desacordos, tal como no circo, onde a singularidade – de artistas, linguagens, disciplinas – se conjuga, fomentando essa arte diferente, múltipla, inclusiva e coletiva.” Julieta Infantino, organizadora do livro.

Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba