Homem trans

DIA DA VISIBILIDADE TRANS: DJ paraibano relata sua história de luta e conquistas: “Eu já me sentia homem por não aceitar o meu corpo e não aceitar quem eu era”

O DJ, que é trans assumido, diz que prefere mostrar quem realmente é, pelo fato de existir uma luta muito grande para chegar onde está

Nesta sexta-feira, dia 29 de janeiro, celebramos o Dia Nacional da Visibilidade de Transexuais e Travestis, em meio ao fortalecimento recente de discursos e medidas contrárias à população LGBTI, liderados por conservadores e governantes.

Comemorada desde 2004, a data foi fixada pelo lançamento da campanha “Travesti e respeito”, elaborada por lideranças históricas do movimento de transexuais no país em parceria com o Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde. A campanha foi um marco por ter levado, naquele ano, 27 transexuais e travestis aos salões do Congresso Nacional, em Brasília.

A data de hoje tem o  objetivo de aumentar a conscientização sobre a letra T da sigla LGBTQIA+. Cristian Lima relatou em entrevista à Polêmica Paraíba, como é ser um Homem Trans.

Cristian é homem trans há seis anos e disse que durante esse tempo já teve muitas experiências ruins, mas também experiências boas.

Cristian que é DJ, e mora em João Pessoa-PB, diz que se descobriu trans quando soube que existia a palavra homem trans, e também um tratamento para isso. “Eu já me sentia homem por não aceitar o meu corpo e não aceitar quem eu era”, disse.

O DJ começou a fazer o tratamento há seis anos e fala que as coisas melhoraram muito, apesar das dificuldades na transformação. As mudanças físicas chegaram mais cedo do que a mudança do nome no RG.

“Existe constrangimento, quando a gente chega com uma barba e não existe a mudança de nome no RG, e precisamos mostrar o antigo, algumas pessoas não respeitam o nome social”, disse.

Cristian ainda falou que para algumas pessoas, conseguir emprego também é difícil e ainda existe muito preconceito, mesmo algumas delas ainda passando pela “passabilidade”, significa “passar-se por”. O termo é usado para se referir ao quanto um homem ou uma mulher trans “passam por” um homem ou mulher cisgênero. Onde a pessoa já tem por exemplo uma aparência masculina ou feminina.

O DJ, que é trans assumido, diz que prefere mostrar quem realmente é, pelo fato de existir uma luta muito grande para chegar onde está.

“A conquista está sendo cada vez maior e o espaço também, hoje tenho preconceito zero depois da minha transição. Minha aparencia já é masculina, mas antes, quando eu era uma lésbica mais masculina ja vivi muito preconceito. Hoje minha família já aceitou e estou conquistando meu espaço”, finalizou Criantian.


Um guia pelo respeito e igualdade

Apesar dessas pequenas e muito necessárias mudanças, ainda somos o país que mais mata pessoas trans no mundo. E, para mudar essa realidade, precisamos começar a mudança por nós mesmos, em um processo individual. Como fazemos isso? Educação e respeito. Dito isso, aqui vai um pequeno guia do que nunca dizer a uma pessoa trans.

* Nunca questione a identidade de gênero de alguém.

*Não use a palavra travesti no masculino – toda travesti é uma mulher travesti, portanto é “a” travesti e jamais “o” travesti.

*Jamais utilize o termo “Traveco” – O sufixo ‘eco’ significa um diminutivo com valor pejorativo.

*Nunca pergunte sobre a genitália de alguém – indelicado e invasivo e você não faria essa pergunta a uma pessoa cis.

*Não diga a mulher trans que ela “parece mulher” ou a um homem trans que ele “parece um homem”

*Mulheres trans são mulheres de verdade, assim como os homens trans também são homens de verdade.

*Não pergunte sobre antiga identidade, como nome ou foto.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba