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COVID-19: Em dois meses, Paraíba registra aumento de 17% na taxa de ocupação de UTIs e quase 25% em Campina Grande

Os dados são do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Ao todo são 302 leitos de UTI para Covid-19 na rede pública da Paraíba.

A média de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados ao tratamento da Covid-19 na Paraíba cresceu 17,15% nos últimos dois meses. Em novembro, entre os dias 1 e 28, a média foi de 42,1%, enquanto que em dezembro, no mesmo intervalo de dias, a média é de 59,25%. Os dados são do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Ao todo são 302 leitos de UTI para Covid-19 na rede pública da Paraíba. Na tentativa de conter a proliferação do Coronavírus e coibir aglomerações, o Governo do Estado deve trocar a Operação Verão por uma operação conjunta de proteção entre as forças de segurança, Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) e Procon Estadual.

O maior pico de ocupação de UTI em novembro se deu no dia 30, com 56%, o que totalizaria 169 leitos utilizados e a menor taxa de ocupação foi no dia 1º, com 33% (100 leitos). Em dezembro, até o momento, a maior alta foi no dia 15, com 65% (196) e a menor ocupação foi no dia 1º, com 52% (157).

De acordo com o secretário de Estado da Gestão de Unidades Hospitalares Daniel Beltrammi, haverá reforço na fiscalização nas ruas para cumprimento dos decretos estaduais que pretendem coibir aglomerações.

“No período do verão, terá a conversão da Operação Verão em uma operação de proteção. Procon Estadual, Agevisa, Corpo de Bombeiros e PM estarão juntos nas ruas e nos estabelecimentos para garantir a força de lei dos decretos sanitários de emergência e de calamidade pública. Dessa forma e intensificando essas ações, nós procuraremos o quanto possível proteger a vida das pessoas, tomando também algumas medidas que são mais singulares e de duração restrita a períodos de maior risco, como estamos assistindo agora no Natal e no Ano Novo, na qual a limitação do horário de funcionamento de alguns estabelecimentos, para que se possa evitar cenários de aglomeração”, explicou.

A Paraíba está dividida em três macrorregiões de saúde. A divisão tem como objetivo organizar administrativamente a estrutura para atender demandas de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar. A 1ª macrorregião tem como referência João Pessoa e atende 64 cidades; a 2ª macrorregião atende Campina Grande e mais 69 municípios; e a 3ª macrorregião é referenciada por Patos e atende 89 cidades.

Dos 302 leitos de UTI para Covid-19 que estão no Plano Estadual de Contingência, 137 são para 1ª macrorregião, localizados em João Pessoa e Santa Rita; 109 são da 2ª macrorregião, todos em Campina Grande e 56 são para a 3ª macrorregião, localizados em Cajazeiras, Patos Piancó e Pombal, para facilitar a logística.

Campina Grande é quem mais cresce na ocupação
Entre as três macrorregiões de saúde na Paraíba, a que apresentou maior crescimento foi Campina Grande, com 24,85% de taxa de ocupação de leitos UTI para Covid-19. De 1º a 28 de novembro, a média era de 27,07%, enquanto que entre 1º e 28 de dezembro, a taxa bateu 51,92%.

No dia 1º de dezembro, a Rainha da Borborema tinha 31% de ocupação (34 leitos) e o maior pico aconteceu no dia 15, com 63%, equivalente a 69 leitos ocupados. Um dado que chama atenção é que em novembro, em nenhuma data, a taxa de ocupação foi superior a 42%.

A 3ª macrorregião, que abrange os municípios do Sertão e Alto Sertão, teve o segundo maior crescimento na média, sendo 21,53%. Até o momento em dezembro, a taxa de ocupação é de 78,67% e em igual período, a média foi de 57,14%. O maior pico de internação ocorreu em 12 de dezembro, com 95% (53 leitos) e a menor taxa foi de 41% (23 leitos), em 2 de novembro.

Para Beltrammi, o aumento de ocupação dos leitos de UTI, assim como de casos e óbitos na região de Campina Grande, Sertão e Alto Sertão se dá por conta do comportamento de adultos jovens, entre 19 a 49 anos, especialmente do sexo masculino.

“De fato abandonaram o uso de máscaras. Passaram a seguir convivendo de forma aglomerada, sem esse item de proteção absolutamente fundamental. Isso, obviamente, gerou uma explosão de transmissibilidade do vírus, uma vez que estes adultos jovens retornam para suas casas ao final do dia, após o trabalho ou até mesmo após atividades de lazer, como frequentar bares e restaurantes, levando o vírus para suas casas. Então cabe um destaque e mais uma atenção da família paraibana dessas regiões: é fundamental que nós não abandonemos essas medidas básicas de proteção que estão concentradas no uso de máscaras e não se aglomerar em hipótese alguma, especialmente agora no final do ano”, explicou, em entrevista ao Paraíba Já.

Já a 1ª macrorregião, referenciada por João Pessoa, apresentou crescimento de 11,25%, tendo as médias de ocupação de UTI em novembro em 48,07% e 59,32% neste mês. Foi no dia 4 de dezembro que houve maior quantidade de pessoas internadas em UTIs, sendo a taxa 67%, o que representa 92 leitos ocupados. A menor taxa foi em 1º de novembro: 34% (46 leitos).

“Não é hora de frequentar festividades, não é hora de receber e atender convites para estar na casa de amigos celebrando em almoços, churrascos, nem mesmo em qualquer tipo de festas clandestinas e não organizadas, uma vez que elas estão proibidas em todo o estado da Paraíba. Nesse momento, todo gesto de autoproteção se reflete na proteção de todos e é nisso que precisamos nos concentrar para construirmos um 2021 melhor do que foi 2020”, alertou Beltrammi.

Fonte: Paraíba Já
Créditos: Paraíba Já