COMBATE AO FUMO

Cigarro eletrônico não é tão inofensivo e pode causar dependência física, psicológica e comportamental

Mesmo proibido no Brasil, o cigarro eletrônico virou uma febre e é amplamente utilizado, principalmente por aqueles que pretendem deixar o cigarro tradicional. Mesmo parecendo, ele não é inofensivo. Pesquisa da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, revela que fumar cigarro eletrônico apenas uma vez na vida, mesmo que sem nicotina, já pode ser prejudicial para a circulação sanguínea em veias e artérias. Nesta quinta-feira (29), Dia Nacional de Combate ao Fumo, a psicóloga do Hapvida Danielle Azevedo, alerta que o cigarro eletrônico também pode causar dependência física, psicológica e comportamental.

“Temos a dependência física porque causa uma sensação de prazer. Para algumas pessoas, na questão psicológica, isso funciona como uma espécie de bengala emocional para determinadas situações como o estresse. A dependência comportamental pode ser caracterizada quando o indivíduo faz uso do cigarro sempre ao lado de hábitos do dia a dia, dentro de uma situação de sociabilidade, para utilizar o raciocínio de uma melhor forma e até associando a bebida”, disse a psicóloga.

Segundo a especialista, o fato do cigarro eletrônico está na moda faz com que muitos jovens queiram experimentar esse hábito, em muitos casos, segundo ela, pela questão da sociabilidade, do prazer de compartilhar um determinado momento com amigos. Mas Danielle Azevedo alerta que o uso pode causar uma dependência igual ao do cigarro convencional. “Vale lembrar que o tratamento para deixar esse vício é o mesmo que para o cigarro tradicional”, destacou.

A pesquisa da Escola de Medicina destaca que o líquido do cigarro eletrônico é considerado “relativamente inofensivo”, mas o processo de vaporização pode tornar moléculas presentes no vaporizador em substâncias tóxicas. Para fazer o estudo, os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética em pessoas saudáveis e não fumantes.

Os participantes então fumaram cigarros eletrônicos com saborizadores de tabaco, mas sem nicotina. Os resultados de antes e depois do fumo foram comparados. Segundo os cientistas, fumar apenas uma vez o cigarro eletrônico prejudicou a circulação sanguínea e contribuiu para engrossar as artérias. A principal consequência disso pode ser uma piora na circulação do sangue para órgãos vitais, como coração e cérebro. Aí acontecem os temidos infarto ou derrame, por exemplo.

Dados – Na Paraíba, em 2019, de acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 468.596 fumantes, ou seja, 11,5% da população total do Estado. Na capital, estima-se que existem 92.197 fumantes. Com relação ao número de óbitos por câncer de pulmão, a SES contabiliza que este ano já foram registradas 246 mortes. Em 2018, foram 434 óbitos e em 2017 um total de 438 óbitos por câncer de pulmão.

Cigarro eletrônico – também chamado de e-cigarro, o cigarro eletrônico é um dispositivo movido à bateria, que simula a experiência de um cigarro comum, supostamente com menos riscos à saúde por conter apenas vapores de nicotina, sem o alcatrão nem as centenas de outras substâncias nocivas do cigarro. No Brasil, ele é proibido pela Anvisa desde 2009.

Fonte: Múltipla Comunicação
Créditos: Assessoria da Imprensa