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PT faz congresso com Lula e discute alianças para pleito municipal

A estratégia de Lula é a de utilizar as campanhas petistas e o tempo de televisão em 2020 para fazer uma defesa do partido, do seu legado e dele próprio, em meio aos processos da Lava Jato em que é citado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro


Duas semanas após a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o Partido dos Trabalhadores promove o sétimo congresso nacional em São Paulo para discutir alianças com vistas às eleições municipais de prefeitos em 2020, bem como estratégias de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Na deflagração do debate sobre candidaturas municipais, estiveram presentes Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que deverá ser reconduzida para um novo mandato de dois anos.

O ex-presidente Lula da Silva enfatizou a necessidade de o PT ter candidaturas próprias no maior número de cidades, lançando os seus melhores quadros para a disputa. Em São Paulo, entretanto, com Fernando Haddad resistindo em concorrer, o PT não tem um nome forte e considera a hipótese de apoiar a ex-prefeita Marta Suplicy, a quem Lula tem dirigido acenos nos últimos dias. Atualmente sem partido, Marta Suplicy deixou o Partido dos Trabalhadores em 2015 para ingressar no então PMDB, criticando a corrupção e votando a favor do impeachment de Dilma. Recentemente, Marta tem sinalizado uma reaproximação com as forças de esquerda.

Dirigentes petistas acham difícil que a ex-senadora retorne ao partido, mas a vislumbram como opçõ para a vice, filiada a uma sigla de esquerda, numa chapa encabeçada pelo PT. Apesar das mágoas, Lula fez gestos de reconciliação ao afirmar em entrevista ao canal Nocaute, na quarta-feira, que não guarda rancor de políticos e que Marta “foi a melhor prefeita que São Paulo já teve”.

A estratégia de Lula é a de utilizar as campanhas petistas e o tempo de televisão em 2020 para fazer uma defesa do partido, do seu legado e dele próprio, em meio aos processos da Lava Jato em que é citado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A orientação esbarra em alianças que já vinham sendo costuradas, de apoio a Marcelo Freixo, do PSOL, no Rio, e a Manuela D’Avila, do PCdoB, em Porto Alegre. O ex-presidente, por exemplo, mencionou Benedita da Silva (PT) como opção competitiva no Rio. Segundo deputados presentes, no entanto, o espaço para alianças permanece aberto. Ao final, o PT divulgará uma resolução norteando os rumos do partido de agora em diante.

 

Fonte: Os Guedes
Créditos: Os Guedes