Paraíba - A pesquisa realizada em parceria exclusiva entre o “Instituto Seta” e o portal
“Polêmica Paraíba” para as eleições de 2026 ainda projeta um favoritismo com folga
do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, mas já indica movimentos de oscilação em
favor de outros postulantes, como o senador Efraim Filho, do União Brasil. O
levantamento já captou reflexos da sacramentação de Efraim como pré-candidato do
bolsonarismo na Paraíba e registrou sua subida de cotação, passando para o segundo
lugar, com 14,3%, contra 32% das intenções de voto em Cícero. Até então, Efraim era
posicionado atrás do ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD), que não faz
articulação ostensiva para viabilizar novamente uma candidatura mas que é
invariavelmente é lembrado no campo das oposições como alternativa para o páreo ao
Executivo.
O vice-governador Lucas Ribeiro, do Progressista, desponta com 13,4%, quase
empate técnico com o senador Efraim Filho, enquanto Pedro Cunha Lima crava 9,2%
das intenções e o deputado estadual Adriano Galdino, do Republicanos, soma 9,1%.
Esses números referem-se ao critério de pesquisa estimulada, abrangendo um
universo de 1.500 entrevistados em 95 municípios paraibanos. Líder consolidado até
agora no levantamento, o prefeito Cícero Lucena somente na semana passada criou
um fato novo que pode vir a ter reflexos na sua pré-campanha, ao romper com a
liderança do governador João Azevêdo (PSB) e, ao mesmo tempo, desfiliar-se dos
quadros do Progressista, estando, por ora, sem definição partidária. O vice-governador
Lucas Ribeiro demonstra que tem espaço de crescimento, sobretudo a partir de agora
quando se tornou o candidato oficial do governador João Azevêdo e de partidos que
integram a sua coligação. A próxima pesquisa já deverá captar os efeitos do racha no
esquema oficial sobre a posição do vice-governador, que, inclusive, tem se tornado
mais ousado nas declarações como pré-candidato e nas manobras para isolar Cícero e
levá-lo a perder votos na corrida.
É provável que a vantagem sustentada pelo prefeito Cícero Lucena tenha
mesclado votos de eleitores do próprio governador João Azevêdo, uma vez que o
alcaide pessoense estava na sua base, defendendo o projeto de governo, participando
de plenárias do Orçamento Democrático e beneficiando-se de uma exitosa parceria
com a administração estadual, que se traduz em obras estruturantes e em obras de
menor dimensão. O crescimento do senador Efraim Filho, por outro lado, revela que
ele está se firmando no campo oposicionista, avançando para além de outras
pretensões agitadas, como a do ex-deputado federal Pedro Cunha Lima. Ressalte-se o
engajamento declarado de Efraim no bloco bolsonarista, de que foi exemplo a sua
presença no Sete de Setembro na orla marítima de João Pessoa conduzindo evento
político que proclamava a pauta da anistia para o ex-presidente da República, em
prisão domiciliar decretada pelo Supremo.
Como já foi dito, a saída do prefeito Cícero Lucena da base governista tornou
mais claras as posições dentro do esquema do governador João Azevêdo, com a
aliança sólida entre o seu PSB, o Partido Progressista e o Republicanos presidido pelo
deputado Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados. Com relação a Cícero, o
futuro partidário segue indefinido, na dependência do retorno da viagem empreendida
ao exterior e de análise de convites de partidos como o MDB do senador Veneziano
Vital do Rêgo, o Avante e o PDT. Cícero precisará ampliar sua base para não perder
musculatura, detendo como instrumento de reforço apenas a prefeitura de João
Pessoa. Na sua volta, a guerra a céu aberto estará declarada entre ele e o vice-
governador Lucas Bezerra.
O levantamento também mediu o percentual de rejeição dos pré-candidatos ao
Executivo paraibano e, nesse ponto o senador Efraim Filho apareceu com o maior
índice – 14,3%, seguido do prefeito Cícero Lucena (13,7%), de Pedro Cunha Lima, com
10,1%, Adriano Galdino (9,7%) e Lucas Ribeiro (8,9%). O maior percentual, entretanto,
conforme registrou o “Polêmica Paraíba”, deu-se entre os que rejeitam todos os
nomes apresentados na pesquisa do “Instituto Seta” 31,4% dos entrevistados
informaram que não votariam em nenhum, votariam branco ou nulo e 11,9% não
souberam responder. Os resultados da pesquisa movimentaram os meios políticos
paraibanos, coincidindo com a articulação que líderes e partidos deflagram para testar
seus espaços com vistas à conjuntura eleitoral do próximo ano. Como se previa, Cícero
passa a competir mais de perto com a própria oposição, o que pode criar colisão de
rota mais na frente, dependendo de como se posicionarem os postulantes a cargos
eletivos majoritários. Livre de Cícero, o vice-governador Lucas Ribeiro prepara-se para
avançar e tornar mais agressivo o seu próprio perfil como postulante à sucessão de
João Azevêdo.