O bairro de Oitizeiro tem uma avenida, entre a Avenida Cruz das Armas e a BR-230, das mais importantes daquela região urbana de João Pessoa, que é frequentemente chamada de Santo Estanislau. No livro Arca dos Sonhos, o saudoso Severino (Biu) Ramos já havia registrado a corruptela provocada pelo costume.
O curioso é que existem mesmo dois santos Estanislau, ambos poloneses, tendo um vivido no primeiro século dos anos 1000 e o outro, no primeiro dos anos 1500.
Patrono da Cadeira nº 30 da Academia Paraibana de Letras, Santos Estanislau nasceu em Bananeiras, nos idos de 13 de março de 1860, completando seu nome de batismo com os das famílias Pessoa de Vasconcelos.
De Bananeiras, onde cursou o ensino fundamental, ele foi direto para o Recife, sem passar pelo Lyceu Paraibano, na cidade da Parahyba, atual João Pessoa. Lá, ele se preparou no ensino médio, ingressando depois na Faculdade de Direito do Recife, onde finalmente se formou.
Apesar de ter exercido a Promotoria Pública em sua cidade natal, além de em Pilar e Campina Grande, foi no Pará que atuou como juiz de Direito em Cametá, Chaves e Baião, e, finalmente, como desembargador, a partir de 1901.
Importante anotar que o Estado do Pará teve papel destacado entre o final do Século XIX e o início do Século XX, especialmente no contexto da economia da borracha.
Durante esse período, Belém se tornou um dos principais centros urbanos da Amazônia, impulsionado pelo comércio do látex, que era exportado para atender à crescente demanda mundial.
Na condição de desembargador paraense — segundo apurei nos arquivos do jornal Estado de São Paulo —, em 1914, ele era Chefe de Polícia do Estado do Pará, o que equivale atualmente ao cargo de Secretário de Segurança Pública.
Em 1922 e em 1930, presidiu o Tribunal de Justiça do Pará e chegou a ser cotado para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal, segundo noticiou, na parte de cima de sua primeira página, A União, de 5 de abril de 1931.
Ensinou na Faculdade de Direito do Pará, nos tempos de instituição livre até se tornar estadual, e, segundo verbete a seu respeito da Associação Paraibana de Letras, escreveu os livros Anotações da Reforma Judiciária à Lei 455, de 11/06/1896; Apelações de Terceiros (monografia); e Casos Forenses.
Atualmente, a Cadeira nº 30 da Academia Paraibana de Letras é ocupada pelo jornalista José Nunes, autor de vários livros, que, em 2023, substituiu outro jornalista: Otávio Sitônio Pinto.
Santos Estanislau faleceu em 31 de dezembro de 1933, na capital paraense.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos; Polêmica Paraíba
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.