A passagem de figuras paraibanas de destaque pelo Estado do Pará, notadamente após a Proclamação da República, compõe um capítulo à parte da história intelectual da Paraíba. Carlos Dias Fernandes, Celso Mariz, Castro Pinto, Eliseu César e João Pessoa são algumas dessas figuras. Há outras. A indústria da borracha impulsionava o estado paraense e, dessa forma, atraia jovens recém-formados, especialmente do Nordeste.
Pois bem, mesmo depois de formado pela Faculdade de Direito do Recife ter sido procurador público em Mamanguape, sua terra natal, deputado estadual constituinte e procurador secional da República, na Paraíba, além de professor do Lyceu Paraibano, João Pereira de Castro Pinto migrou para Belém (com passagem por Vitória e Fortaleza), em 1899. Na época, havia se desentendido com Álvaro Machado, que comandava a política paraibana.
Naquele estado do Norte, foi chefe de Gabinete do governador José Pais de Carvalho, professor de lógica do Ginásio Paraense e redator do jornal A Província do Pará, segundo o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getúlio Vargas. No entanto, depois de se reconciliar com Machado, Castro Pinto voltou à Paraíba. Assim, em 1906 foi eleito deputado federal, permanecendo no cargo até 1908, quando assumiu uma vaga no Senado Federal.
Em 1912 foi reeleito para o Senado, mas também para presidente do Estado, eleição que resultou de um impasse entre Epitácio Pessoa e o padre Walfredo Leal, cada qual tentando influir na sucessão de João Lopes Machado. Epitácio queria lançar o irmão, Antônio da Silva Pessoa, enquanto Walfredo desejava candidatar-se pessoalmente.
Para resolver o conflito, é que emergiu o nome de Castro Pinto. Ao final, contudo, quem saiu politicamente mais fortalecido foi o grupo de Epitácio Pessoa, já que ele próprio (Epitácio) foi eleito senador para a vaga aberta pela renúncia de Castro Pinto, e ainda emplacou o irmão Antônio como primeiro vice-presidente do estado.
O governo de Castro Pinto ficou marcado pelo enfrentamento ao cangaço, debaixo de uma severa crise financeira, pelo acirramento das disputas entre as facções de Epitácio e de Walfredo, mas com forte comprometimento com o mundo intelectual paraibano.
Renunciou em 24 de julho de 1915, justamente por decorrência da crise política, sendo sucedido por Antônio da Silva Pessoa, irmão de Epitácio. Afastado então da política, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a administrar um cartório de registro de títulos e documentos, falecendo em 1944.
Castro Pinto, além de nome do principal aeroporto paraibano e de praça no limite do Centro com Jaguaribe, é patrono na Academia Paraibana de Letras, tendo sido um dos sócios fundadores do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.