Foto: Divulgação
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Começo o texto de hoje transcrevendo o naturalmente refinado cronista Gonzaga Rodrigues, em crônica publicada no A União do dia 2 deste mês, sob o título “O caminho de volta”, onde fala sobre o seu apego à capital paraibana. Disse ele, em determinado trecho: “Diferente de João Pessoa, que recebe no centro, no âmago urbano, bem no coração.

O interiorano desce na estação e, mesmo a pé, sem vintém, chega a Tambaú por uma reta de sombras, dos oitis da Pedro Américo aos coqueiros de Cabral Batista”.

No arremate do parágrafo, Gonzaga lembra um gesto político simples que ficou para sempre na memória da cidade. Em 1974, durante passagem de apenas trinta dias à frente da Prefeitura de João Pessoa, o então presidente da Câmara, João Cabral Batista, convocou servidores da antiga pasta de serviços urbanos e foi à orla para acompanhar o trabalho.

A equipe plantou mudas de coqueiro ao longo da beira-mar, entre Tambaú e Cabo Branco. A verdade é que o areal de Tambaú era meio desprovido de coqueiros, ao tempo em que crescia como vitrine urbana e turística. O plantio deu unidade visual ao conjunto que se formava entre calçadão, faixa de areia e mar. Desde então, a paisagem daquele mais urbano litoral pessoense experimentou reposições e novos plantios.

A permanência do coqueiral dialoga, como se diz, com preocupações atuais. A tradição de plantar e repor coqueiros, hoje amparada por critérios técnicos e por metas anuais, ajuda a manter a assinatura visual de Tambaú e do Cabo Branco.

O que nasceu de uma decisão de curto prazo virou política pública recorrente, sempre visível para quem caminha, trabalha ou descansa na beira-mar.

A cidade acaba reconhecendo esses marcos com gratidão, como quem guarda um traço familiar. Para além do registro administrativo, o coqueiral é parte do jeito de João Pessoa receber quem chega ao mar e de como os moradores se reconhecem naquele cenário.

Com a decisão, Cabral se perpetuou na lembrança da cidade, num espaço tão amado por todos nós, que aqui nascemos ou vivemos, como é o caso da orla pessoense.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba

Sérgio Botelho

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.