PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Maurílio de Almeida e Dom Pedro II - Por Sérgio Botelho

A passagem de Dom Pedro II pela cidade da Parahyba, hoje João Pessoa, no Natal de 1859, governada naquele momento pelo advogado paraense Ambrósio Leitão da Cunha, a substituir Beaurepaire Rohan, que imediatamente antes governara o Pará, já rendeu, não sem motivo, grande número de referências memoriais.

A cidade, na época, era muito atrasada em termos de tudo, da urbe aos serviços dispensados aos cidadãos.

O porto, onde o imperador brasileiro desembarcou do paquete que o conduzira, era fluvial e muito incipiente. A navegação entre a entrada do Rio Paraíba em Cabedelo e o Sanhauá, no Varadouro, era de grande dificuldade, dependendo sempre do movimento das marés. Mesmo assim, Pedro II desembarcou em João Pessoa, debaixo de muitas pompas, circunstâncias e naturais gafes.

Em sua passagem, após participar da Missa do Galo, na extinta Igreja de Nossa Senhora da Conceição, vizinho ao Palácio dos Presidentes da Província, depois chamado “da Redenção”, distribuiu recursos com a Santa Casa da Misericórdia, ajudou à recuperação da Ponte de Bayeux, visitou engenhos de açúcar, entre Pilar e Mamanguape, e distinguiu paraibanos com títulos nobiliárquicos.

Resguardadas todas as observações contrárias à monarquia, a ampla maioria claramente procedente, a visita do monarca à Paraíba foi uma decisão merecedora de aplausos, pela insignificância econômica e política local, a começar pela cidade da Parahyba, sem saneamento, com ensino precário e serviço de saúde na mesma condição.

O fato é que o estado, oficialmente Província da Parahyba do Norte, terminou ganhando alguma atenção financeira da Corte.

Sobre o assunto, um dos registros mais importantes na historiografia paraibana foi feito pelo saudoso médico e historiador, Maurílio Augusto de Almeida, do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e da Academia Paraibana de Letras, em 1975, na obra “Presença de D. Pedro II na Paraíba”.

Natural de Bananeiras, onde nasceu em 8 de junho de 1926, formou-se em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1950, especializando-se em Patologia Clínica. Foi um dos fundadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, onde terminou com professor catedrático e emérito da instituição.

Escrevo esse texto não apenas para lembrar a importante visita real, à incipiente cidade da Parahyba, como para lembrar a existência do médico e historiador, Maurílio de Almeida, falecido em 14 de junho de 1998, e seu livro sobre o assunto, que foi reeditado em 1982, pela editora Vozes, que pode ser encontrada nas bibliotecas da Academia Paraibana de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.

Uma obra importante para conhecimento da história da Paraíba.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba

Sérgio Botelho

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.