Também numa segunda-feira 25 de agosto, como hoje, há 11 anos falecia no Hospital da Unimed, na capital, uma das figuras exponenciais da história da comunicação e das artes na Paraíba: Deodato Taumaturgo Borges.
Nascido em João Pessoa, a 20 de agosto de 1934, na sua biografia consta que aos 10 anos foi morar em Campina Grande. Então, na Serra da Borborema, ele ergueu horizontes para toda a vida.
Em Campina, na década de 1960, pontificou no rádio com o programa As Aventuras do Flama, de grande audiência. Como suporte, excelente desenhista que passou a ser, criou uma História em Quadrinhos com o mesmo nome do programa radiofônico.
A edição era ofertada como brinde aos ouvintes, sendo apontada como a primeira HQ publicada na Paraíba e uma das pioneiras do Nordeste. A série teve poucas edições, mas inspirou fãs e memória afetiva na cidade e do estado.
Ainda nos anos 1960, mudou-se para o Recife. Assumiu a direção geral dos Diários Associados de Pernambuco, estrutura que reunia jornal (Diário de Pernambuco), rádios (Clube e Tamandaré) e TV (TV Rádio Clube) no estado.
Nesse tempo, apesar de já haver distribuído a propriedade com 22 condôminos, por meio de escritura pública, o que aconteceu em 1959, o umbuzeirense (e muito campinense) Assis Chateaubriand, ainda vivo, controlava os Associados.
Na década de 1970, em João Pessoa, assumiu a editoria de Cultura de O Norte, também pertencente aos Diários Associados, e inaugurou as tiras de quadrinhos nas páginas do jornal.
Deodato Borges levou seu olhar de repórter, radialista e roteirista para a gestão pública da comunicação. No início dos anos 1990, assumiu a Secretaria de Comunicação Social do Governo da Paraíba.
Dirigiu a emissora oficial do estado, a Tabajara, por duas vezes. Primeiro, em 1991, e depois em 2006, quando voltou ao comando e manteve a rádio como a referência estadual que sempre foi.
Durante sua passagem por Campina Grande nasceu o filho Deodato Taumaturgo Borges Junior, conhecido mundialmente como Mike Deodato Jr., por conta de sua atuação na Marvel, na DC Comics, na Image, na Dark Horse e na AWA.
Mas também em trabalhos autorais e participação em eventos internacionais voltados para a História em Quadrinhos. Quem lhe deu régua e compasso, naturalmente, foi o pai.
Em parceria, eles criaram, nos anos 1980, histórias de ficção científica como 3000 Anos Depois e Ramthar, publicadas inclusive fora do Brasil. Fizeram ainda projetos como História da Paraíba em Quadrinhos e “Verso Reverso”.
O falecimento do paraibano foi destaque na edição brasileira da revista Rolling Stones. A matéria informava que em novembro daquele ano, Deodato e o filho participariam do Brasil Comic Con, maior evento de cultura pop da América Latina, em São Paulo.
Deodato Borges faz parte da cultura paraibana e de tal forma que é necessário estar sempre relembrando sua existência e sua arte, às novas gerações. É isso o que estamos fazendo neste momento.
Deodato Borges hoje é memória. Deodato Borges hoje é história.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.