Paraíba - O termo utilizado oficialmente naquele momento da vida brasileira era mesmo interventoria. Com mandato de 5 anos, a função de interventor estadual vinha revestida de autoridade, em plena vigência do Estado Novo, uma ditadura radicalizada, sem parlamento, decretada pelo getulismo a partir de 1937.
Rui havia participado de momentos significativos, na consolidação da Revolução de 1930, assumindo, portanto, a chefia de Gabinete do então ministro da Viação e Obras Públicas, José Américo de Almeida. Exercia cargo no Banco do Brasil quando Getúlio o convocou para a interventoria na Paraíba.
No comando da Paraíba, ele iria atravessar todo o período da Segunda Guerra, que oficialmente já começara na Europa desde o início de setembro de 1939, após a invasão da Polônia pelos nazistas. Durante o governo de Rui, os Estados Unidos ainda entrariam no conflito, em dezembro de 1941, e o Brasil em agosto de 1942.
Após uma viagem atribulada, na qual o avião em que viajava teve de se demorar em Maceió, por força do tempo, o novo mandatário paraibano desceu, em 16 de agosto de 1940, no Campo da Imbiribeira (atual Tambauzinho), onde funcionava o aeroporto da cidade, debaixo de muita festa e de multidões no trajeto até o Palácio da Redenção, conforme registra A União.
Em virtude do estado de guerra mundial, Carneiro adotou um discurso fortemente cívico, alinhado à propaganda patriótica do período, com o próprio interventor à frente de pronunciamentos e convocações. Estudos acadêmicos observam o uso da imprensa oficial e de rituais públicos para garantir controle social.
Naquele momento da história paraibana, seguindo um arcabouço institucional vigente no Estado Novo, havia um bom número de entidades operárias com perfis mutualista e filantrópico, e capacidade de mobilização, uma realidade que, aliás, veio se construindo nas décadas iniciais do Século XX, no país. Essas entidades, em sua maioria, tinham estreita vinculação com o poder.
Rui Carneiro sucedeu ao interventor interino, Antônio Galdino Guedes (julho a agosto de 1940), que assumiu o governo com o término da interventoria de Argemiro de Figueiredo (1935 a 1940). Rui foi sucedido por Samuel Duarte (julho a novembro de 1945), nos meses finais do Estado Novo.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.