Em disputa política não se deve subestimar adversários, principalmente quando se sabe que o outro lado possui grandes lideranças que podem virar o jogo até mesmo durante o certame. O “jogo é jogado e o lambari é pescado” (refere-se a jogo tão difícil como pescar um lambari, um dos peixes mais difíceis de serem pescados).
É evidente que, a preço de hoje, o bloco de situação que é comandado pelo governador João Azevedo leva uma ligeira vantagem, já que além de possuir um arco de aliança mais forte, com um aglomerado de grandes partidos importantes, tem a seu favor a própria máquina administrativa o que favorece bastante a quem tem o apoio do governo, sem falar no ganho substancial do horário eleitoral de televisão, que ainda hoje é de grande valia.
Como sabemos, “muitas águas ainda vão passar debaixo da ponte”, mesmo que o quadro dos oposicionistas esteja praticamente definido com Efraim Filho (UB), como provável candidato a governador, Pedro Cunha Lima (PSD) como candidato a vice-governador, e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), disputando sua reeleição, restando tão somente uma vaga que deve estar sendo guardada para algum rebelde que rompa com o governo e migre para a oposição, o que não será novidade para ninguém, já que em política “Até boi pode voar” (Expressão usada por Maurício de Nassau).
Se levarmos em consideração que a chapa governista terá Lucas Ribeiro na cabeça de chapa, Mersinho Lucena como vice, e João Azevedo como senador, restando também apenas uma vaga; do ponto de vista geopolítico e de densidade eleitoral há um certo equilíbrio, demonstrando que as eleições de 2026 serão bastante acirradas, pois existem em ambas as chapas uma boa representatividade das diversas regiões do Estado e isso tem que ser levado em consideração.
Veja que na possível chapa de oposição, o senador Efraim Filho, mesmo tendo raiz sertaneja, possui uma grande influência em João Pessoa (terra onde nasceu), já que Pedro Cunha Lima foi o grande vencedor na capital paraibana nas eleições de 2022, mesmo sendo filho de Campina Grande e que vem agora unido com o senador Veneziano Vital muito forte em Campina e em todo interior da Paraíba.
Toda essa estratégia formatada pelas oposições no Estado, força o grupo governista lutar até exaurir um representante da capital na disputa pelo governo, por isso que, se for Lucas Ribeiro terá que ter necessariamente alguém de João Pessoa, o qual seria Mersinho Lucena, já que Lucas Ribeiro é filho de Campina Grande e já teria para o senado um filho de João Pessoa, que seria o atual governador João Azevedo. ]
E tem mais um adendo em todas essas montagens para as eleições de 2026. Não se pode esquecer do potencial de votos do PL, partido comandado pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro que é muito forte em João Pessoa e Campina Grande e que em possível segundo turno pode ser um ponto significativo de decisão nas eleições vindouras, pois o apoio do provável candidato Marcelo Queiroga, caso ele não chegue ao segundo turno, poderá ser decisivo.
Diante de tudo isso, mesmo com uma razoável vantagem dos governistas, quando o jogo for para valer, as oposições poderão ganhar musculatura política no decorrer da disputa, surpreender a todos e alcançar a vitória.
Para isso, basta qualquer vacilo da parte governista, pois todos sabemos do que aconteceu nas eleições de 2002, quando o ex-governador Wilson Leite Braga era o grande favorito a vencer as eleições para o senado da Paraíba, e veio aquele “matuto” do sabugi chamado Efraim Morais e deu-lhe uma “rasteira” vencendo o pleito, uma vitória que ficou marcada na história da Paraíba, e se os governistas não tiverem o mesmo cuidado, o quadro pode se repetir, só que desta vez com o senador Efraim Filho, o parlamentar que vem crescendo muito no cenário paraibano, dada a sua postura e ousadia, pois o que não lhe falta é coragem para enfrentar desafios e sair vencedor.
Quem viver, verá!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba