
Paraíba - Empenhado em quebrar a hegemonia política de 16 anos do PSB no poder estadual o agrupamento oposicionista da Paraíba, formado por PSD, União Brasil e Podemos, intensifica as discussões sobre formação da chapa majoritária, centrando fogo na busca da unidade a todo custo entre os seus expoentes e na definição de estratégias eficazes que produzam uma reviravolta no cenário eleitoral de 2026. O ex-deputado federal Pedro Cunha Lima, recentemente investido na presidência do PSD após desfiliar-se do PSDB, admitiu, ontem, em entrevista à rádio Arapuan, colocar seu nome para a disputa ao Senado, embora esteja sendo cogitado, também, para o governo, por causa do seu desempenho em 2022 quando avançou para o segundo turno contra João Azevêdo (PSB), perdendo por estreita diferença.
De acordo com Pedro, os entendimentos preliminares envolvem, além dele e do senador Efraim Filho, do União Brasil, o deputado Romero Rodrigues, do Podemos e o ex-governador Cássio Cunha Lima, bem como o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), com quem já há compromisso de apoio para a candidatura à reeleição ao Parlamento. Em 2022, Pedro e Veneziano concorreram ao Palácio da Redenção, sendo que no segundo turno Veneziano declarou apoio à candidatura de Cunha Lima. Aquele gesto sinalizou um cenário de pacificação em Campina Grande entre grupos rivais que se enfrentaram em várias disputas, quer pelo controle da prefeitura municipal, quer em eleições estaduais. Pedro ressalta que a aliança com Veneziano está cada vez mais sólida e, do ponto de vista de perspectivas, acredita que é iminente a virada de jogo para o governo, que começou a ser ensaiada na campanha de 2022.
Naquele embate, Pedro Cunha Lima entrou praticamente na última hora como candidato à chefia do Executivo, em meio ao impasse decorrente da desistência do deputado Romero Rodrigues em concorrer ao posto. A disputa foi “casada” com a candidatura de Efraim Filho ao Senado, a qual revelou-se vitoriosa no primeiro turno, desbancando concorrentes como o ex-governador Ricardo Coutinho (PT) e a ex-deputada estadual Pollyanna Werter (PSB), que tinha o apoio do esquema e da máquina chefiada pelo governador João Azevêdo. A avaliação do ex-deputado Pedro Cunha Lima é a de que o resultado alcançado demonstrou avanço significativo das forças oposicionistas e, no reverso da medalha, sinalizou desgaste ou enfraquecimento do esquema oficial. Conforme ele, esse quadro de competitividade teve prosseguimento nas eleições municipais de 2024, quando a oposição cravou vitórias expressivas em destacados redutos de diferentes regiões do interior do Estado, a exemplo da reeleição do prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil) em Campina Grande.
No ato da filiação de Pedro Cunha Lima ao PSD, o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, apontou o nome do ex-parlamentar como alternativa credenciada para concorrer, novamente, ao Palácio da Redenção, diante do potencial eleitoral que adquiriu no pleito majoritário anterior e dos espaços políticos que tem logrado manter na realidade paraibana. Deixou patente, porém, que a decisão seria amadurecida em âmbito local, mediante articulações do PSD com outros partidos que integram o campo da oposição aos governos estadual e federal. Pedro enfatiza que não terá dificuldade em abrir mão da vaga para o senador Efraim Filho, que, a seu ver, lidera estratégia acertada de atração de lideranças políticas para reforçar o campo oposicionista no Estado. “O importante é o sentimento de unidade que predomina entre nós e, acima disso, as ideias que propomos, de mudança radical no modelo administrativo que vigora na Paraíba e que não corresponde em termos de resultados para o projeto de desenvolvimento do Estado”, pontuou Pedro Cunha Lima, definindo que está “à disposição” para participar da nova arrancada eleitoral em 2026.