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O VEXAME - Por Rui Leitão

O vexame atinge muito mais os que observam o fiasco do que o seu autor. Ele sequer tem consciência de que cometeu um tropeço.

O que vem a ser um vexame? É um comportamento que contraria os padrões da normalidade, algo que causa vergonha. Usando um termo mais vulgar: um papelão. O vexame atinge muito mais os que observam o fiasco do que o seu autor. Ele sequer tem consciência de que cometeu um tropeço.

O promotor do vexame nem tem consciência do ridículo a que se expõe. Nem consegue avaliar a exposição pública a que se colocou, sendo alvo de críticas e zombarias. Até porque todo aquele que produz fatos que possam ser considerados vexaminosos não tem autocrítica para compreende-los. Acha que está correspondendo às expectativas.

Na verdade o vexame é uma desconstrução moral. Um idiota que se julga melhor do que os demais. Nem percebe o quanto se torna uma figura caricata com suas atitudes. Um abobalhado. Ele protagoniza a própria desonra. Comportamento parecido de quem está bêbado. Nem se dá conta de que está vivenciando uma situação vexatória.

Como é ruim ver alguém que nos representa apresentar-se fazendo vexames. Dá aquele sentimento de constrangimento. A vontade de se esconder para não ser confundido com as peraltices de quem está causando o vexame. Principalmente quando o vexame foi autorizado por nós próprios, ao delegamos a responsabilidade de nos representar, e o resultado é indigno da nossa representatividade. Dói na nossa autoestima.

Por isso devemos escolher bem nossos representantes, para que não fiquemos submetidos a passar vergonha pela incompetência de outros. Mas fazer o que? Nem sempre nossas escolhas representam a vontade da maioria. Se bem que maioria é uma condição que muitas vezes não expressa a verdade. Os omissos, somados aos contrários, é que fazem a maioria. Portanto, nem sempre quem nos causa vergonha está representando a maioria.

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão