opinião

O que Stephen Hawking diria sobre o futebol brasileiro este ano? - Por Marcos Thomaz

Como a Bola rolou no Brasil em 2023!

O futebol é mesmo uma caixinha de surpresas e eu posso provar!

Caixinha não, um baú!

Aliás, um misterioso Buraco Negro.

Apenas o Brasileirão 2024 prova essa tese do Stephen Hawking, que baixou em mim.

Vejam vocês, um time liderar o campeonato por 33 rodadas, abrir quase 15 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, já no último terço da competição, e terminar na humilhante quinta colocação.

O Botafogo botafogou! Um dos maiores vexames da história do futebol brasileiro.

Mais um duro golpe na já castigada, sofrida torcida do outrora Glorioso.

Teve bebê na barriga celebrando campeonato antecipadamente, senhor e senhora saindo das “tumbas”…

A festa antecipada só não foi mais vexatória que o choro do novo dono botafoguense, o tal do John Textor.

“Demitiu” no ar, em rede nacional o presidente da CBF, encomendou estudo maluco de erros de arbitragem e promete acionar Justiça Comum.

Era uma festa só e terminou melancólica como tem sido a história do time da Estrela Solitária quase desde que Garrincha partiu de General Severiano.

Falando em gênios imortais…
Nem o time do Rei, do Atleta do Século, escapou a maldição de 2023 nos campos brasileiros.

O Santos de Pelé vai disputar a segunda divisão pela primeira vez em sua história.

Um dos últimos resistentes ao inferno da série B sucumbiu.

Agora apenas São Paulo e Flamengo ostentam o orgulho de sempre ter estado na elite nacional.

O tricolor paulista, por sinal teve um ano redentor, após uma década sem brilho.

Pela primeira vez ganhou a Copa do Brasil e logo contra o poderoso rubro-negro carioca.

Voltando ao brasileirão…
Se o Peixe caiu, o Bahia resistiu, bravamente.

Entrou na última rodada com o pior cenário, mas venceu o Galo forte e vingador com autoridade e garantiu o retorno do maior clássico do Norte-Nordeste na série A.

Vai ter BAVI na elite em 2024.

Ô grória!

O Vitória, por sinal, dominou de ponta a ponta a segundona e sobrou na reta final, venceu com pé nas costas e autoridade.

Após mais de século, o torcedor leonino foi as ruas de Salvador, fez carnaval, ocupou estacionamento, encheu o Barradas e grita pela primeira vez que é campeão brasileiro.

“A reboque” o rubro negro baiano “arrasta” para a série A 2024 os também tradicionais Juventude, Criciúma e Atlético-GO.

O “fracasso botafoquense” da série B foi o Sport, que chegou a liderar o Campeonato, sempre esteve no G4, mas tropeçou em suas próprias pernas e ficou a ver navios do Capibaribe.

Voltando a primeirona de 2023…
Talvez este tenha sido o único ano desde que se instituiu acesso e descenso de 4 clubes que nenhum dos que ascenderam no ano anterior tenha caído no posterior.

Além do milagroso Bahia, Vasco e Cruzeiro até sofreram, penaram, mas se salvaram.

Já o Grêmio saiu da B para ser vice da A, comandado por seu ídolo máximo Renato Gaúcho e pelo indomável Suaréz, que, meteoricamente, em menos de um ano marcou seu nome no tricolor gaúcho e no futebol brasileiro.

2023 ainda foi ano de consagrar o Palmeiras como rei do país do futebol!

O time dirigido pelo maior técnico estrangeiro da história do futebol brasileiro e sim, o maior treinador palmeirense de todos os tempos.

Uma máquina de títulos.

Três anos a mil. Duas Libertadores, dois brasileiros, uma copa do Brasil, Recopa, alguns paulistinhas.

Ninguém para o português Abel Ferreira.

E o Verdão chega a espantosos 12 títulos brasileiros.

-Contando os fax…
Grita o anti.

Fato é que, agora o Palestra tem nada menos que 4 títulos de vantagem sobre os segundos colocados: Flamengo e Santos.

Festa no “Parque” com direito a exaltação do “menino” Endrick, o rebocador da nau palmeirense, neste quase milagre em águas verdes.

E tudo começou exatamente com uma virada épica sobre o próprio Botafogo, após levar 3×0 no primeiro tempo.

Ô futebol imprevisível.

Chuva de gol, aliás, foi marca desta competição.

Teve até um 6×4 do Bahia sobre o Goiás.

Típico placar dos tempos clássicos.

E assim segue claudicante, emocionante e envolvente o futebol brasileiro.

Envolvente sim, afinal uma multidão, semanalmente mais de meio milhão de brasileiros se espremendo em estádios para vibrar e sofrer.

Quase 24 mil torcedores por partida, recorde histórico da competição, mesmo em tempos de estádios reduzidos drasticamente, gourmetizados, elitizados.

Sim, vamos parar com as críticas exageradas, nacionais e de “gringos” aboletados por aqui.

Temos estádios de primeiro mundo, atrás, talvez apenas das arenas das 5 maiores ligas do mundo.

Chega de “refinar” ainda mais estes estádios que mais parecem adequados para casas de show do que campos de jogo.

Vai pra lá Taylor Swift!
Conforto sim, mas luxo é coisa de teatro.

Cadê os Geraldinos? As torcidas mistas antigas, o cimentão pra galera pular, fazer o “sai da Frente”??

Ao mesmo tempo, temos muito a evoluir em excelência. Contudo, já avançamos e temos um campeonato muito disputado e atrativo.

Maiores avanços organizacionais, distribuição mais justa, igualitária de cotas fariam nosso “poeirão” de elite ainda mais forte, mas há muito o que se celebrar no ano da Bola em 2023.

Vamos deixar de complexo de vira latas!

Há muito a celebrar!

Fonte: Marcos Thomaz
Créditos: Polêmica Paraíba