Jacy Mendonça

O Eco do Sétimo Dia - Por Marcos Cavalcanti

O Eco do Sétimo Dia - Por Marcos Cavalcanti

Hoje reverenciamos a memória de um homem cuja voz ultrapassou as fronteiras do tempo e cuja dedicação se converteu em patrimônio coletivo: Jacy Mendonça.
Com a irreverência de sua marca: “cachorro da moléstia”, como ele próprio diria , eternizou no imaginário popular a autenticidade de quem viveu com intensidade e coragem.

Herdeiro de uma família de artistas e cantores, fez do rádio não apenas um espaço de trabalho, mas a sua trincheira de vida. Transformou o microfone em altar de serviço social, em veículo de cultura e em ponte entre corações. Não foi apenas comunicador: foi confidente silencioso, conselheiro oculto, amigo constante das manhãs, das tardes e das noites. Sua palavra não obedecia ao relógio, mas à necessidade de ser ouvida.

Sua trajetória está impregnada de coragem e indignação justa. Denunciou desigualdades, enfrentou injustiças e, com voz firme, ofereceu esperança. O rádio em suas mãos não era apenas transmissão: era cura, companhia e resistência. Levava mais do que notícias, levava alento.

Jacy Mendonça não se despede, porque a morte não é capaz de silenciar aquilo que o espírito eternizou. O “língua de aço” permanece vivo na memória de sua família, de seus amigos e de uma legião de ouvintes que encontraram nele não apenas um radialista, mas um farol de humanidade.

Hoje, erguemos este tributo como reconhecimento e celebração: Jacy foi sacerdote da palavra, artesão da escuta e guardião de uma missão que transcende o corpo. Sua voz, agora livre das limitações terrenas, ecoa como canto perene na eternidade.

Viva Jacy, eternamente.