Meu aprendizado com José Maranhão - Por Rui Leitão

Desfrutei da convivência pessoal com o governador José Maranhão nas três oportunidades em que ele esteve no Palácio da Redenção. Foi uma experiência bastante enriquecedora, em todos os aspectos. Tanto no que diz respeito ao aprendizado na gestão pública, quanto na observação do comportamento de um político que honrava a confiança popular que lhe era delegada. Em sua biografia não há registros de posturas que possam macular a imagem que construiu no exercício das atividades como homem público responsável e competente. E isso fez com que minha admiração se tornasse um sentimento que influenciou em muito a trajetória de vida que tenho buscado seguir.

Ele tinha perfeita consciência de como fazer uma boa política pública. E dedicava tempo integral a exercer esse mister. Estava permanentemente voltado a estudar, analisar e buscar soluções para os problemas de nosso estado. Acompanhava as ações de seu governo com o olhar cuidadoso e vigilante que garantia resultados positivos de gestão, sempre com a preocupação de atender às demandas que identificava na sociedade. Não tinha medo de inovar. Impressionava a sua capacidade em debater qualquer assunto com conhecimento de causa. Era questionador, mas também um excelente orientador. Não admitia perguntas sem respostas convincentes. Porém, sem jamais expressar ar de arrogância. Isso é uma característica essencial no líder para que se faça ser respeitado.

Sem qualquer dúvida era um vocacionado para a política. Tinha uma mente evoluída no trato das questões de interesse público. Revelava isso não só nas práticas de gestão, como também na manifestação do conhecimento cultural de visão do mundo. Estimulava a participação social e o estabelecimento de estratégias para implementação de projetos, desvinculando-os do caráter politiqueiro tão comum em alguns agentes públicos contemporâneos. Considerava a boa governança e a ética princípios imprescindíveis na sua forma de agir como promotor e condutor de políticas públicas.

Tinha uma extraordinária percepção global de como exercer a gestão de forma a assegurar a eficaz aplicação dos seus métodos administrativos em prol da melhoria da qualidade de vida do povo. Ficou conhecido como “mestre de obras”, exatamente porque soube planejar a gestão pública, tendo como vertente principal a execução de projetos que produzissem o desenvolvimento sócio-econômico do estado. Adotava uma ação administrativa caracterizada pela transparência, respeito absoluto à legalidade, urbanidade e agilidade nas decisões de interesse coletivo.

Portanto, ao vê-lo partir para a eternidade, procuro guardar na memória o quanto ele foi importante na minha formação profissional nos cargos públicos que tenho exercido. A Paraíba vai reverenciá-lo como um dos grandes homens públicos da sua história. Ele não estará mais conosco fisicamente, mas se perpetua na nossa memória pelo legado que nos deixou, na oferta de uma vida digna, honesta e extremamente produtiva em favor do povo paraibano.

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba