Opinião

“METAMORFOSE AMBULANTE” - Por Rui Leitão

O ser humano é um animal mutante por natureza. O mundo vem mudando com uma velocidade impressionante e nós precisamos nos adequar às transformações que vivenciamos no tempo, no espaço físico em que vivemos e na forma de definir conceitos e ideias. À medida que se movimenta, o homem vai passando por mutações ao longo de sua vida. Por isso tem que ser uma “metamorfose ambulante”, como bem define o filósofo cantor Raul Seixas nessa música lançada em 1973.

Foto: CBS/Divulgação

O ser humano é um animal mutante por natureza. O mundo vem mudando com uma velocidade impressionante e nós precisamos nos adequar às transformações que vivenciamos no tempo, no espaço físico em que vivemos e na forma de definir conceitos e ideias. À medida que se movimenta, o homem vai passando por mutações ao longo de sua vida. Por isso tem que ser uma “metamorfose ambulante”, como bem define o filósofo cantor Raul Seixas nessa música lançada em 1973.

“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante/Do que ter aquela velha ideia formada sobre tudo”. Somos obrigados, até por uma questão de sobrevivência, a nos ajustar às exigências determinadas pelas mudanças que acontecem. Mudamos de aspecto físico, mudamos de idade, mudamos o ambiente de moradia, mudamos o modo de pensar e de agir. Quem se mantém preso a velhos conceitos, está predestinado a ser tragado pela modernidade, parando no tempo, não evoluindo, não crescendo.

“Eu quero dizer/Agora o oposto do que eu disse antes/Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante/Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo/Sobre o que é o amor/ Sobre o que eu nem sei quem sou”. Mudar de opinião não diminui a personalidade de ninguém, pelo contrário, demonstra que está aprendendo, ganhando novos conhecimentos, reformulando avaliações críticas. Temos dificuldade em interpretar nossos próprios sentimentos e posturas sociais. O que pensamos hoje, certamente, é bem diferente do que pensávamos antes. Isso é o que nos induz a mudanças de comportamento.

“Se hoje eu sou estrela/ Amanhã já se apagou/Se hoje eu te odeio/Amanhã lhe tenho amor/Lhe tenho amor/Lhe tenho horror/Lhe faço amor/Eu sou um ator”. Interessante o primeiro verso dessa estrofe “se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou”. É um recado claro para as pessoas vaidosas, que acham que o poder e o status são permanentes, eternos. Não se preparam para as surpresas que podem fazer com que o brilho eventual de uma estrela possa amanhã se apagar. A frase recomenda a humildade, o senso da temporariedade, da efemeridade, da transitoriedade. Se na atualidade odiamos alguém, amanhã por vários motivos poderemos estar amando essa pessoa. Nada é impossível acontecer na determinação do destino. Somos “atores da vida”.

“É chato chegar/A um objetivo num instante”. As conquistas são muito mais valorizadas quando conseguidas na base do esforço, seja individual ou coletivo. O que alcançamos de graça, dado de “mão beijada”, como se diz popularmente, não recebe a importância que merecer ter.

“Eu vou desdizer/Aquilo tudo que eu disse antes”. Qual o problema de alterar concepções elaboradas no passado? Porque não se deixar ser convencido de que pensava equivocadamente sobre determinado tema? Que mal faz reconhecer que errou em situações pretéritas?

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba