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Lava jato e Operação Calvário, a Democracia em perigo - Por Flávio Lúcio

"A nomeação de Moro como ministro da Justiça de Bolsonaro deveria bastar para pôr fim à inocência de quem ainda acreditava na Lava Jato"

Por Heloisa de Sousa (editora do site Brasil de Fato)

As revelações do submundo da Lava-Jato estarreceram o país.

Na verdade, elas confirmam o que denunciamos há tempos: a atuação parcial e militante do ex-juiz Sérgio Moro junto com procuradores para condenar sem provas o presidente Lula e retirá-lo da eleição de 2018.

A nomeação de Moro como ministro da Justiça de Bolsonaro deveria bastar para pôr fim à inocência de quem ainda acreditava na Lava Jato.

Os diálogos entre Moro, Dallagnol e outros procuradores eliminam qualquer ilusão. Até então, os defensores da operação desqualificavam seus críticos acusando-os de crer em teorias de conspiração.

Ironicamente, a história provou que, de fato, se tratava de uma conspiração. Em nome do suposto combate à corrupção, cometeram-se crimes como prevaricação, formação de quadrilha, corrupção passiva e violação de sigilo funcional.

Eis porque a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu o afastamento de Dallagnol e demais procuradores e a demissão de Sérgio Moro do ministério da Justiça, já que a Polícia Federal, responsável pela investigação, não pode subordinada ao ex-juiz acusado.

Até parte da imprensa comercial abandonou o ex-juiz, como Veja e Estadão. Restou apenas a Globo, desesperada com o teor das próximas revelações que Glenn Greenwald deve fazer.

Afinal, a promiscuidade entre Lava Jato e Globo no vazamento seletivo de informações sigilosas é notória. Por isso a tentativa de desqualificar The Intercept, dando como certa que sua fonte seria um hacker, que o material seria ilegal e não poderia ter sua autenticidade averiguada. Greenwald, todavia, apenas preserva o sigilo da fonte, um dos princípios do jornalismo.

E o que a Paraíba pode aprender com essa catástrofe? Ora, os métodos inconstitucionais da Lava Jato fizeram escola aqui. Não é à toa que o presidente do Tribunal de Justiça, o desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, saiu em defesa de Moro.

Prisões preventivas indiscriminadas, cerceamento ao direito de defesa, articulação entre ministério público e mídia comercial, negação da presunção de inocência e outras arbitrariedades também são rotineiras na Operação Calvário.

Supostamente destinada a investigar irregularidades na contratação da Cruz Vermelha para administração de hospitais estaduais, está claro que ela é direcionada a envolver Ricardo Coutinho.

O ex-governador jamais foi citado, mas é inegável o esforço para condená-lo previamente na opinião pública através da imprensa vinculada à oposição. O objetivo é tirá-lo da luta política e abrir caminho para os Cunha Lima e demais oligarquias.

Já vimos esse filme antes com a prisão de Lula e agora conhecemos seus bastidores. Defender a Democracia hoje é, portanto, lutar por Lula Livre e impedir que mais uma farsa seja montada aqui na Paraíba.

Para ler o editorial no site do Brasil de Fato clique aqui.

 

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Polêmica Paraíba

 

Fonte: Leia Flavio Lúcio
Créditos: Leia Flavio Lúcio