Opinião

João Campos credencia-se no PSB como “opção de renovação” - Por Nonato Guedes

O prefeito do Recife, João Campos, filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, credenciou-se como “opção de renovação”

João Campos credencia-se no PSB como “opção de renovação” - Por Nonato Guedes

O prefeito do Recife, João Campos, filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, credenciou-se como “opção de renovação” no cenário político brasileiro ao ser confirmado na presidência nacional do PSB em congresso realizado em Brasília que atraiu a atenção do próprio presidente Lula e do presidente da Câmara Federal, Hugo Motta.

João Campos, que já tem visibilidade como um fenômeno político digital, de atuação intensa na comunicação através das redes sociais, passa a ser um ativo em que o PSB e a esquerda investirão para os embates futuros, incluindo a disputa pela Presidência da República.

O governador da Paraíba, João Azevêdo, celebrou o momento e ressaltou que João Campos assume a missão de continuar fazendo o PSB crescer como um dos mais importantes partidos de centro-esquerda da América Latina.

O clima dominante entre os presentes e participantes do congresso socialista era o de início de uma nova era sob a liderança de Campos, que é cogitado como candidato ao governo do Estado nas eleições do próximo ano depois de ter sido reeleito à prefeitura da Capital pernambucana com maioria expressiva de votos.

A mudança de comando no partido traz consigo uma forte defesa da manutenção da aliança com Lula e o PT nas próximas eleições, envolvendo a permanência de Geraldo Alckmin (SP) como candidato a vice-presidente da República.

O congresso do PSB, conforme analistas, marcou não apenas a ascensão do neto de Miguel Arraes à presidência do partido mas também consolida uma nova estratégia política, já que Campos tem sido preparado para assumir papel mais influente, realizando importantes articulações ao lado de Carlos Siqueira, dirigente histórico da legenda, a quem sucede no posto.

Diferentemente de ocasiões anteriores, quando a relação entre o PSB e Lula foi marcada por turbulências, o cenário atual é de pacificação, como notou o analista da CNN Pedro Venceslau.

A defesa da permanência de Geraldo Alckmin como candidato a vice na chapa de Lula surgiu como resposta a um movimento detectado dentro do Partido dos Trabalhadores que sugere o deslocamento de Alckmin para disputar o governo de São Paulo.

O PSB tem planos diferentes para o cenário paulista, com a intenção de lançar Márcio França como candidato ao Executivo estadual. Nesse sentido, a convenção socialista se apresentou como uma plataforma para enviar uma mensagem clara aos aliados petistas: o desejo de manter Alckmin no palanque de 2026 ao lado de Lula.

Em seu discurso, João Campos destacou a responsabilidade de assumir o cargo e resgatou a história e os valores do Partido Socialista Brasileiro.

– Nosso partido nasceu da rua, da luta contra a ditadura, dos movimentos sociais, do sonho por justiça social. Essa origem está viva e é inegociável – afirmou. Ele agradeceu ao ex-presidente Carlos Siqueira a lealdade ao partido e ao país, frisando: “Pode existir dirigente partidário que tenha um compromisso igual, mas não existe nenhum que tenha mais lealdade ao seu partido e ao país do que Siqueira”.

Conforme ele, o ex-dirigente manteve a agremiação erguida nos momentos mais críticos, buscou a união onde poucos acreditavam que era possível. “Tenho certeza que a confiança de todos os nossos filiados na sua condução fez toda a diferença para chegarmos aqui”, acrescentou.

Ao falar sobre sua futura gestão, Campos alertou que o PSB “continuará em movimento, presente nas ruas e fazendo o dever de casa”.           Ao encerrar o congresso, o prefeito do Recife convocou os militantes e lideranças a caminhar juntos na construção de um Brasil mais justo.

“Vamos juntos fazer esse sonho coletivo avançar”, declarou. O governador da Paraíba, João Azevêdo, expressou: “Queremos que o PSB seja um espaço de acolhimento de todos que desejam um país mais inclusivo e que possam promover o desenvolvimento dialogando com o setor de inclusão e com as áreas produtivas”.

O governador, que recentemente foi eleito para a presidência estadual do PSB, disse que a meta é fazer o partido sair de 2026 continuando como maior legenda do Estado e ampliando o número de prefeitos, deputados, além de eleger um senador. O nome do chefe do Executivo tem estado em pauta para concorrer a uma vaga ao Senado, pela repercussão alcançada pelo trabalho administrativo que empreende no Estado.  

Fonte: Nonato Guedes
Créditos: Polêmica Paraíba