opinião

Jackson Macedo demonstra que o PT está preocupado com o desenlace da crise no PSB

Em conversa com o presidente estadual do PT, Jackson Macedo, foram pontuadas duas coisas que merecem destaque. O ato que vai acontecer em Monteiro, no próximo domingo, em defesa da transposição do Rio São Francisco, e a crise no PSB que pode levar ao rompimento de, João Azevedo com o ex-governador, Ricardo Coutinho.

Sobre o SOS Transposição, Jackson disse que se trata de uma grande iniciativa de Ricardo Coutinho, porque a defesa da transposição tanto é uma bandeira que tem capacidade de aglutinar amplos setores e, portanto, transcende cores partidárias, como de ajudar a delimitar dois campos políticos, deixando tudo mais claras essas diferenças para o povo.

A defesa da Transposição vai deixar claro quem apoia, ou endossa com seu silêncio covarde, o ato criminoso de Jair Bolsonaro de fechar os canais da transposição e, com isso, impedir o acesso de milhões de pessoas à água, e quem tem coragem de denunciar esse ato de mesquinhez política e defende de verdade o povo do semiárido.

RICARDO COUTINHO E JOÃO AZEVEDO

A liderança de Ricardo Coutinho está dando uma dimensão nacional a esse ato, tanto que já estão confirmadas as presenças de Fernando Haddad, do governador do Piauí, Wellington Dias, da deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, do ex-senador Lindberg Farias, mencionadas aqui só as lideranças nacionais do PT.  “Repito o que disse ao jornalista Walter Santos: Ricardo Coutinho está hoje entre as cinco maiores lideranças do país”.

Jackson lembra que Ricardo Coutinho deu sinais de muita coragem, em um dos momentos mais difíceis da história do país, quando se opôs ao impeachment da ex-presidente Dilma, sem que houvesse crime de responsabilidade. “O PT tem um compromisso político com Ricardo. Acho que ele tem feito um movimento nacional de muita coragem, e a esse movimento o PT será grato nos embates futuros”, disse Jackson.

Questionado sobre a importância da presença de João Azevedo no ato do próximo domingo, o presidente estadual do PT disse que espera que o governador vá. “O governador foi convidado e sua presença será muito importante, um sinal de compromisso com a defesa da Transposição e de que continua firme e forte ao lado das forças progressistas da Paraíba e do Brasil. Acho que João Azevedo deve colocar de lado eventuais diferenças, porque o que nos une são as grandes questões, e a Transposição é uma delas.”

Jackson deixou claro que o PT apoiou a candidatura de João Azevedo para dar continuidade às mudanças que Ricardo Coutinho começou. “Temos um programa comum que foi amplamente aprovado na última eleição, tanto que João Azevedo ganhou no primeiro turno, enquanto Haddad teve 70% dos votos aqui na Paraíba. Uma ausência do governador no próximo domingo, em Monteiro, ao lado de Ricardo Coutinho e de todas essas lideranças estaduais e nacionais, será um péssimo sinal de que as relações com esse campo não vão bem,” finalizou.

Esse depoimento de Jackson Macedo é expressivo e vem à tona em um momento decisivo. Deixa claro que o desenlace da crise interna no PSB não interessa apenas aos socialistas paraibanos, mas a todos os partidos que estão engajados no projeto político que deu a vitória a João Azevedo há menos de um ano. E os desdobramentos de um eventual racha entre o atual e o ex governador afetarão profundamente a política paraibana.

Fonte: Flávio Lúcio
Créditos: Flávio Lúcio