eleições 2022

Efeitos econômicos - por Junior Gurgel

A justificativa dos índices favoráveis ao PT (até junho 2022) na corrida pela disputa presidencial – constatado por três institutos de pesquisas a serviço do Consórcio Midiático – apontavam como principal problema dos brasileiros a inflação, desemprego e falta e falta de programas do governo, para a retomada do crescimento econômico.

A justificativa dos índices favoráveis ao PT (até junho 2022) na corrida pela disputa presidencial – constatado por três institutos de pesquisas a serviço do Consórcio Midiático – apontavam como principal problema dos brasileiros a inflação, desemprego e falta e falta de programas do governo, para a retomada do crescimento econômico.

As manchetes diárias da “grande mídia”, eram a fome que assolava o País. Demandas sobre segurança pública, saúde, educação e combate à corrupção – temas recorrentes – tinham sido desprezadas pela sociedade. Lições do marketing ensinam: “funciona? É obsoleto”. Segundo os “Estatísticos”, nem a popularidade do presidente, arrastando multidões por onde passava, garantia sua reeleição. Lula voltaria (?).

A “Arte da Guerra” conjectura o elemento surpresa como arma fundamental para derrotar o inimigo. Recomenda o imperativo dever de conhecer sua sagacidade ou manobras. Se as oposições tinham esta “arma secreta”, para usá-la no campo de batalha nos quarenta e cinco dias de campanha, por que deixaram o plano “vazar”?

Num contra-ataque rápido, o governo criou um Plano de Auxílio Emergencial, com apoio do Congresso (PEC), após declarar “Estado de Calamidade Pública”. Surgiu o auxílio Brasil, remunerando populações vulneráveis com R$ 400 mensais. Foi pouco? Esticaram para R$ 600, e incluíram importantes categorias profissionais autônomas, como os taxistas e caminhoneiros. Um paliativo momentâneo, pois persistia o aumento dos preços de alimentos e insumos para o setor produtivo.

A decisão arrojada de “zerar” impostos federais sobre combustíveis, e exigir dos Estados da Federação política semelhante – reduzindo o ICMS, vilão “indexador” da inflação – foi uma conquista obtida através do apoio do presidente da Câmara Arthur Lira, que abraçou o desafio de estabelecer uma alíquota única de 17%, sobre os preços dos derivados de petróleo e energia elétrica.  Para os mais céticos, as medidas foram geniais, contudo, chegaram tarde demais.

Ontem (02/09/2022) fui abastecer o veículo e me surpreendi com o preço da gasolina: R$ 4,99. Completei o tanque. Um pouco mais adiante, o mesmo produto já estava custando R$4,58. E o álcool, RS 3,87. Este efeito dominó se refletirá sobre toda cadeia produtiva e de consumo, que nos próximos vinte dias baixarão seus preços.

No âmbito da macroeconomia, os efeitos trouxeram uma “deflação” imediata. O PIB cresceu acima das expectativas, o desemprego caiu, “puxado” pela redução de carga tributária. Os investidores quebraram o jejum e recuperaram seu apetite em investir. Novas linhas de créditos, e inclusão bancária de 12 milhões de pessoas, vai explodir o consumo neste mês de setembro (2022). O paiol das tropas governistas tem munição suficiente para a batalha.

Paradoxalmente, foi açodamento para exibir as pesquisas vantajosas para os petistas – agindo com afogadilho – que revelaram ao Exército inimigo a estratégia de como derrotá-lo. Os primeiros sinais de prosperidade palpáveis surgiram, e começaram esvaziar o discurso do PT. Este fenômeno, historicamente, já foi vivido no Plano Real.

A eleição de Lula era uma “barbada” até o início de julho (1994), quando chegaram ao Brasil, as primeiras cédulas do Real. Em dois meses, os juros (overnight) despencaram de 40% ao mês, para 9%. O poder de compra aumentou, e o consumo extrapolou além das previsões. FHC extinguiu em definitivo a hiperinflação, e venceu no primeiro turno. O encanecido discurso do PT foi intimidar a população, tentando convencê-la que o Plano Real era “eleitoreiro”. Não sensibilizou o povão.

Fonte: Junior Gurgel
Créditos: Junior Gurgel