tufão bolsonarista

É PRECISO ENTENDER O CARÁTER PERMANENTE E TRANSFORMADOR DO BOLSONARISMO - Por Gilvan Freire

Enterrar definitivamente esse lixo tóxico não é fácil, nem pode ser obra de um só dia e de um só homem. Trata-se de entulho humano que se mexe, assim como nos esgotos se mexem os tapurus, que buscam novas formas de vida em grupo ou isoladamente, para não desaparecerem . A tendência é se desgarrarem atônitos, como aliás já está fazendo Ciro, o lombrigoide oportunista..

É PRECISO ENTENDER O CARÁTER PERMANENTE E TRANSFORMADOR DO BOLSONARISMO , E NÃO APENAS ELEITORAL, E A SUA PODEROSA REDE DE INFLUENCIAMENTOS SOCIAIS.

Quando o bolsonarismo emergiu das urnas coletando quase 60 milhões de votos consagrados a seu líder, paradoxalmente não estava terminando o segundo e último turno das eleições de 2018. Começar e terminar eleições é coisa do calendário político e partidário, e o bolsonarismo é exatamente contra os dois.

Apenas para legitimar-se democraticamente, o bolsonarismo submeteu-se ao sufrágio universal do voto direto, e obteve o reconhecimento e a chancela de que precisava para formar uma maioria eleitoral dominante, derivada da soberania popular expressa nas urnas.

Exaltados os vencedores, porém, há do lado perdedor os vencidos, que não são outros senão a soma de partidos e políticos que arruinaram o país e esbofetearam na cara os eleitores nesses 20/30 anos de mandos e desmandos exacerbados e despudorados.

O bolsonarismo , igual a um tufão, varreu tudo e colocou em um só entulho líderes e siglas partidárias que se combatiam em campanha e se cumpliciavam nos governos, tipos como Lula, Sarney, Color e Maluf. Ou tipos antagônicos que quando se sentiram fulminados se abraçaram para tentar sobreviver, como Lula, Haddad , Fernando Henrique Cardoso, Marina, Ciro Gomes e até o ex-moralista do Mensalão Joaquim Barbosa, que já vinha sendo destroçado pelo MOROlismo dos novos juízes incorruptíveis

Enterrar definitivamente esse lixo tóxico não é fácil, nem pode ser obra de um só dia e de um só homem. Trata-se de entulho humano que se mexe, assim como nos esgotos se mexem os tapurus, que buscam novas formas de vida em grupo ou isoladamente, para não desaparecerem . A tendência é se desgarrarem atônitos, como aliás já está fazendo Ciro, o lombrigoide oportunista..

Mas, quem vai se expressar pela oposição, se a arca de Noé ficou repleta de bichos e vermes amestrados , todos avariados pelo tufão bolsonaristas, mas ainda assim atendendo ao comando de velhos chavões surrados ou roucos ? Como reuni-los diante da tragédia de ventos que os varreu e os massacrou e quando todos pareciam antes do cataclisma diferentes e até antagônicos ?

Quem vai enfrentar o bolsonarismo no governo, que é o mesmo bolsonarismo da campanha, munido dos mesmos instrumentos de comunicação de massa, que quer governar precisamente contra o estilo vencido de gestão pública, diametralmente oposto ao receituário de mudanças ? Como vencer um exército popular que quer fazer triunfar o recado do voto e mantém cerrada vigilância em defesa de suas opiniões e ideias, que sustenta através de poderosa rede de comunicação social, bem maior do que todas as redes convencionais juntas ?

Nesse sentido, perceba-se, Bolsonaro não é o dono nem o mentor do bolsonarismo, mas foi alçado à condição de líder porque as suas ideias se compatibilizaram com o que a grande massa de eleitores queria e ainda quer. E não haverá nenhum instante de trégua e nem arrefecimento da luta enquanto Bolsonaro não implementar os projetos bolsonaristas de governo, vindos todos do que ele ouviu da voz inconfundível e revoltada das ruas. Custe o que custa e ainda que seja muito elevado o custo para restabelecer uma democracia ética e moral no Brasil.

Fonte: polemica paraiba
Créditos: gilvan freire