"chamamento de Deus"

DEUS, eu e o Hotel Tambaú - Por Rui Galdino

Meus amigos, minhas amigas, meus caros leitores. Na última quinta-feira, 29/10/2020, arrematei o Hotel Tambaú, com muita coragem, audácia e obedecendo a um chamamento de Deus. Essa é uma história bonita e emocionante que começou em 1984, que está sendo escrita a cada dia, mês e ano e que só eu, Deus, minha esposa, filhos e pouquíssimos amigos, sabem. O Hotel Tambaú, esse gigante adormecido, que vem pedindo socorro há muitos anos, também sabe!

É impossível contar toda essa história com detalhes neste pequeno espaço de alguns parágrafos, no entanto, um livro está sendo escrito e em breve será publicado. Como a história não para, outros volumes virão com o tempo e até poderão ser escrito por outras pessoas… O fato, é que foram vários leilões e NINGUÉM sequer ofertou lances para salvar o Hotel Tambaú, NIGUÉM! Ocorre que no último leilão, duas pessoas deram lances, eu fui o 2º colocado. A 1ª pessoa DESISTIU e eu fui chamado para assumir tamanho desafio.

Na verdade, fui o único paraibano que teve a coragem de ARREMATAR o Hotel Tambaú, por um valor bem abaixo da avaliação, porém, o suficiente para pagar todos os débitos da massa falida referentes ao Hotel. Fiz a minha parte, agora está nas mãos do JUÍZO da 4ª Vara da Fazenda do Rio de Janeiro, a decisão de aceitar ou não o lance que ofertei e encerrar de uma vez por toda esta agonia que vem passando o Hotel Tambaú nos últimos anos. Estou pronto para cumprir este desiderato e desafio que me foi dado por Deus e que por isso, será uma grande benção para a Paraíba e o turismo brasileiro e até internacional.

Só um “louco”, municiado com tamanha fé em Deus, tinha coragem de fazer o que fiz! Isso mesmo, só um sonhador e idealista como Rui Galdino, faz o que faz. Vários foram os desafios em minha vida até agora, altos e baixos, alegrias e tristezas, justiças e injustiças, vitórias e derrotas, porém, sempre de cabeça erguida sem medo de errar e de ser feliz. Apesar dos pesares, desculpem a imodéstia, me considero um vencedor na fé e na vida.

Na verdade, a minha ligação com o Hotel Tambaú, vem do tempo de jovem atleta da Federação Paraibana de Tênis, onde participei da inauguração das quadras de tênis do Hotel, no dia 28/04/1984. Nessa época eu tinha 16 anos. Entre as autoridades, estavam presentes na inauguração das quadras, o presidente da Rede Tropical de Hotéis, Sr. Antônio Carlos Pestana Filho; o governador da Paraíba, Wilson Leite Braga; o presidente da FPbT, Eudoro Chaves e os campeões brasileiro de tênis Carlos Alberto Kirmayr e Cássio Motta, além de um grande público que prestigiava o evento. Uma data muito importante que não me sai da memória.

Morava no bairro de Manaíra, treinava no ECCB e jogava nas quadras do Hotel Tambaú. Fui atleta do Hotel por vários anos e tinha uma carteirinha que me foi ofertada pelo então gerente Gaspar Zícari, que me dava acesso livre às quadras e as dependências internas do Hotel. Nessa época, o Tambaú era o grande glamour da sociedade paraibana e do turismo brasileiro, com suas piscinas monumentais, cinema, centro de convenções, boate, quadras de tênis, apartamentos de última geração, etc. A VARIG era a toda poderosa dona do Hotel, que havia recebido aquele magnífico Hotel de “mãos beijadas” do governo do estado, na época do governador Ernany Sátiro.

Os anos se passaram, eu fui ficando mais velho e acompanhei de perto o declínio e falência da VARIG e a terrível falência e fechamento do Hotel Tambaú. Muito triste, a Paraíba e os paraibanos não mereciam isso! Com as quadras de tênis repleta de mato, abandonadas e entregue as baratas, um certo dia caminhando por ali, resolvi adentrar ao Hotel, conversei com o gerente da época, fiz uma proposta para locação de uma quadra, porém, ele me disse que não tinha interesse, era o ano de 2004. Indignado com o descaso das quadras de tênis, continuei insistindo em alugar e só em 2008, alguém me escutou e me alugou as quadras do Hotel.

Lá, treinei meus filhos e alguns amigos seus e depois fundei a ESCOLA DE TÊNIS DA PARAÍBA. Com o tempo reformei tudo, construí duas excelentes quadras de saibro e coisa tomou outro rumo. Depois, fundamos a ACADEMIA TENNIS POINT. Enfrentamos algumas crises, porém, sempre acreditei no que fazia. Hoje, depois da flexibilização da pandemia, fundamos no mesmo local com acréscimo de área, a ARENA TAMBAÚ, que mesmo com o Hotel falido e fechado, aquela área administrada por mim e meu filho Eduardo, não faliu e nem fechou.

Hoje, temos um campo de futebol society, quadra de tênis, pista de cooper, área de eventos e entretenimento, amplo estacionamento e em breve teremos um campo de golfe e beach tennis, tudo com investimento próprio, onde me desfiz de imóveis e automóveis para investir lá. Durante todo esse tempo, convivi com clientes, hóspedes e funcionários do hotel, fiz amizade COM TODOS e ajudei a muita gente, sem contar com os projetos sociais de tênis que temos lá e em breve teremos de futebol. É o lado da inclusão social que o esporte proporciona e faz muita gente feliz.

Nessas idas e vindas, nesses anos todos, etc, etc, etc, um certo dia, tarde de uma quinta-feira, ano de 2010, quando fazia a construção das quadras de tênis de saibro, um vigilante do Hotel de nome Sr. João, se aproximou de mim, olhando para os céus e depois para mim, profetizou: “Dr. Rui, o senhor ainda vai ser dono desse hotel”… Fiquei surpreso e respondi: “Deus te ouça Sr. João”! Depois disso, sempre chegava alguém e me dizia: “ Vai comprar o hotel quando”? Em 2012, estava participando da missa das 17 horas, na Igreja de Santo Antônio, pertinho do Hotel Tambaú e do nada me veio uma voz dizia internamente: “Acredite, o Hotel Tambaú vai ser seu, pois, você é merecedor”… Saí da Igreja desorientado, com os olhos cheios de lágrimas e fui pra casa!

O chefe dos vigilantes do Hotel, Sr. Flávio, sempre que me encontra diz: “Eu não vejo a hora de você comprar esse hotel”. E eu me pergunto sempre: “Meu Deus, por que tudo isso, será que esse povo todo pensa que tenho dinheiro”? “Será que esse povo todo acha que sou rico”? Bom, para resumir e finalizar a história, que só o livro trará em detalhes com fatos e datas, a realidade, é que vários foram os leilões para vender o Hotel Tambaú. Acompanhei tudo de longe e de perto ao mesmo tempo. Em todos eles NINGUÉM sequer dava lances e o Hotel Tambaú terminou caindo nas minhas mãos. Realmente, Deus no comando!

Então, os leilões foram todos centralizados na 4ª vara empresarial do Rio de Janeiro e na última quinta-feira, 29 de outubro, aconteceu mais um leilão e foi exatamente nesse, que DEUS me falou na noite anterior: “Participe”! Confesso que não dormi mais… Amanheceu o dia, meu computador travou e eu tive que ir para uma lan house no Shopping Pátio Alti Plano, fazer o meu cadastro, esperar o cadastro ser aprovado e participar do leilão eletrônico que encerrava às 14 horas. Tudo em silêncio, com muita fé, sozinho e obedecendo apenas o mandamento Divino.

Resultado: Quando tive a confirmação do meu cadastro, senha e login nas mãos, voltei para casa e me tranquei no escritório para acompanhar o leilão na área on line e restrita aos participantes. Até às 14 horas ninguém deu lance… e eu observando tudo. De repente o leiloeiro me liga do Rio de Janeiro e diz: “ E aí Rui, vai participar ou não”? Foi aí que eu ofertei o meu lance, por volta das 14h05. Chorava muito nesse momento, pois, sabia que Deus estava comigo e só agradecia. De repente, apareceu outro lance, o triplo do meu, por volta das 14h10. E com isso eu estava fora da jogada e perguntava: “O que houve meu Deus”?

E veio o silêncio total e a minha tristeza, pois, depois de toda essa peleja, outra pessoa havia dado um lance três vezes maior e arrematado o Hotel Tambaú. Fiquei atormentado e desapontado, porém, não perdi a FÉ. Horas depois, soube que o arrematante havia desistido do seu lance sem dar explicações. O leiloeiro me ligou novamente e disse: “ Rui, o 1º arrematante desistiu e a vez agora é sua”! Me ajoelhei na hora e agradeci a Deus. Na verdade, Deus, testou a minha FÉ, passei por uma provação de cerca de três horas. O fato, é que em momento algum, O NEGUEI E NEM PERDI A FÉ. Agradeço a todos que estão me ligando e mandando mensagens de apoio e me parabenizando por ter arrematado o Hotel Tambaú. Se assim DEUS quis, assim será. Até breve, pois, essa história continuará… AMÉM!

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba