opinião

Comentaristas/Apresentadores de rádio/tv: evitem dizer “É... É... É...” - Por Mário Tourinho

Não pretendia escrever a respeito deste assunto. E não o pretendia por recear que alguns comentaristas e/ou apresentadores de programas de rádio e/ou tv, pelos quais tenho muita admiração e respeito, pudessem sentir-se “criticados” negativamente, quando a pretensão primeira de qualquer crítica deve ser a de construção, contribuição, melhorar.

Não pretendia escrever a respeito deste assunto. E não o pretendia por recear que alguns comentaristas e/ou apresentadores de programas de rádio e/ou tv, pelos quais tenho muita admiração e respeito, pudessem sentir-se “criticados” negativamente, quando a pretensão primeira de qualquer crítica deve ser a de construção, contribuição, melhorar.

Mas, recentemente ouvindo, pelo rádio, um destes nossos bons comentaristas e/ou apresentadores seja no radiojornalismo ou no telejornalismo, e constatando que ele estava muito repetindo “É… É… É…”, logo que terminou o  programa eu, por telefone, contatei com ele e fiz tal observação. Esse jornalista – comentarista/apresentador – reagiu com as seguintes palavras: “Ô, meu amigo! Que bom você fazer esta observação! Mais tarde vou pegar a gravação do programa, avaliar esses ´É… É… É…´ e buscar a correção, claro  que me policiando, eu mesmo, para não repetir”.

Esta reação do amigo comentarista/apresentador veio-me como que um estímulo para elaborar estes escritos e fazer repercutir mais amplamente tal observação, isto como meio de contribuir para a melhoria da comunicação social. Devo registrar, porém, que não cursei jornalismo. Apenas realizei, por bom período, um curso especial de radialismo promovido pelo Sindicato dos Radialistas da Paraíba em convênio  com o IFPB e nele, além de receber até aulas de fonoaudiologia, tive como um dos professores o jornalista Lenilson Guedes com ensinamentos práticos diretamente nos estúdios da Rádio Tabajara, inclusive sobre a entonação da voz em conformidade com cada conteúdo do texto (publicidade, notícia, comentário etc). E, claro, mesmo sem ter atuado nem atuar profissionalmente nesse campo específico da comunicação social, leio e pesquiso a respeito, por óbvio para mais aprender.

Nessas buscas de aprendizado já li – e também assim entendo – que essa repetição de “É… É… É…” pode passar aos que ouvem, ou assistem, a ideia de que o comentarista/apresentador esteja inseguro ou sem saber o que deva dizer naquele  instante. A propósito, recentemente, a renomada comentarista Miriam Leitão, “ao vivo”, na Globo, repetiu tantos “É… É… É…” que uma minha neta, de 14 anos, também comigo na frente da tv, assim reagiu: “Não vai sair desse é é é, não?!…”.

Aliás, este vício ou defeito de comunicação a jornalista Miriam Leitão tem até mesmo nas palestras que faz: certa vez eu estava no centro  de convenções Riocentro quando ela falava sobre “os desafios na economia do Brasil” para empresários e dirigentes na área do transporte coletivo  urbano e lá repetiu muitos e muitos “É… É… É…”. E se o(a) leitor(a) bem observar, outro, da Rede Globo, que repete muitos “É… É… É…” é o comentarista Gerson Camarotti. E mesmo em relação a uma Miriam Leitão ou a um Gerson Camarotti minha sensação, diante dessas repetições, é, também, a de que naquele instante bateu-lhes alguma insegurança ou ter, mesmo por um curto momento, ficado “buscando” o que dizer por não estar preparado para o que deva dizer.

Entendo, portanto, que os comunicadores, sobretudo os de rádio e tv, devam bem se policiar para evitar tantos “É… É… É…”.

Fonte: Mário Tourinho
Créditos: Polêmica Paraíba