Opinião

Cícero ou Adriano? Tem algo estranho no “ninho” governista - Por Gildo Araújo

A política é realmente efêmera, tudo é relativo quando o comportamento dos participantes é medido de acordo com as variantes

Cícero ou Adriano? Tem algo estranho no “ninho” governista - Por Gildo Araújo

A política é realmente efêmera, tudo é relativo quando o comportamento dos participantes é medido de acordo com as variantes no decorrer do percurso do mandato, seja no legislativo ou no executivo; o que lembra inexoravelmente o que acontece na Bolsa de Valores no sentido de que as ações sobem ou descem dependendo do comportamento econômico do momento, ou seja, na política tudo depende das articulações e tratativas a serem acordadas e cumpridas.

Até alguns dias atrás, parecia que tudo estava caminhando a “mil maravilhas” no grupo governista, porém depois de algumas movimentações políticas que vêm sendo tomadas pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e do presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos), parece ter algo estranho nesse “ninho”.

Com relação a Cícero Lucena, até parece que os dias em que ficou enclausurado em Israel teve uma “conexão” com os céus e aumentou ainda mais sua fé na certeza de que tem todas as chances de disputar e vencer as eleições do próximo ano, inclusive já começa a fincar pé e dizer que “Só Deus e povo é quem pode tirar dele a pré-candidatura”, numa demonstração de posição de quem lidera as pesquisas na Paraíba.

Um alerta para os próprios governistas é a possibilidade do deputado Mersinho Lucena (PP), filho do prefeito pessoense, migrar para outra legenda partidária, o que pode indicar também a saída de Cícero Lucena do Progressistas.

Na mesma toada, vem o deputado Adriano Galdino, que se auto declara pré-candidato ao governo da Paraíba, e vem cobrando de seu partido uma posição mais coesa em relação à sua participação, onde disse que “partido que não disputa eleição majoritária, tende a desaparecer”, e fez uma alusão ao PSDB, que vem se desmoronando.

Aliás, Adriano Galdino, que de tolo não tem nada, já está tomando para si o discurso de defesa do governo do presidente Lula na Paraíba, algo que não se tem visto em algumas lideranças políticas da Paraíba, em que muitos deles possuem vários ministérios no governo, mas que não elogia a performance do governo Lula no estado.

Como em política tudo é muito relativo, já se fala até da possibilidade de filiação do prefeito da capital Cícero Lucena ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao mesmo tempo em que já se vê o ex-governador Ricardo Coutinho (PT), elogiando a postura de Adriano Galdino em defesa da democracia e do governo Lula.

São esses parâmetros que apontam para que novos indicadores políticos aconteçam brevemente na política da Paraíba, e ao que parece há uma tendência de um aumento na pressão na definição da chapa majoritária na ala governista a ponto do próprio governador João Azevedo (PSB), refletir se vai valer a pena ou não deixar o governo para uma disputa ao senado, pois a depender de sua posição nos desdobramentos, sua eleição para o senado pode ficar bastante comprometida, pois o próprio governador João Azevedo sabe mais do que ninguém que o prefeito Nabor Wanderley (Republicanos), vem com muita força para essa eleição, já que tem um agrupamento político formado há muitos anos.

O que se espera é que João Azevedo, depois de todas essas celeumas, demonstre ser o grande líder dentro do “ninho” governista, e que não seja mais um “Bode expiatório” de tudo isso, pois é evidente que há uma morosidade prejudicial na definição da chapa para a disputa das eleições de 2026, o que só favorece ao grupo oposicionista.

Por fim, quando parecia que tudo estava caminhando para um desfecho ideal na chapa governista, eis que aparece com muita força as pré-candidaturas de Adriano Galdino e Cícero Lucena. Como diz o Poeta Carlos Drummond de Andrade: “No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho”.

Quem viver, verá!

Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba