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Bolsonarismo campinense faz Nilvan atravessar o rubicão - Por Júnior Gurgel

A força das redes sociais e os desacertos das esquerdas alavancaram a campanha de Nilvan Ferreira em Campina Grande, ontem (05.08.2022), na convenção do PL que homologou sua chapa majoritária para disputar o pleito de outubro próximo: Nilvan Ferreira (governador); Arthur Bolinha (vice); Bruno Roberto (Senador).

PL atravessou o (*Rubicão).

Convidado no dia anterior pelo amigo Alfredo Lucas para passarmos rapidamente no Garden Hotel, as 10hs – onde se reuniriam os então pré-candidatos – e definiriam o vice, fomos conferir se tinham acatado a sugestão e “costura” de Alfredinho, que defendia o nome de Arthur Bolinha. Resolvemos chegar por lá, às 11:30, prevendo atraso costumeiro.

O que não esperávamos foi a surpresa com que nos deparamos. Muitos carros já deixando o local, não por ter encerrado a convenção, mas por falta de espaço físico dentro do Centro de Convenções e no estacionamento (um caos) totalmente lotado. Ficamos convicto que o deputado federal Wellington Roberto jamais esperou tamanha multidão. Principalmente pelo improviso ou decisão sua, de realizar o evento em Campina Grande e não na Capital, principal reduto de Nilvan Ferreira.

As pessoas que encontramos lá, vestidas de verde, e com cores da bandeira nacional, nos deixaram perplexo, por serem – até onde sabíamos – seguidores de Pedro Cunha Lima ou Veneziano Vital do Rego. Pequenos e médios empresários, feirantes da Feira Central; cristãos frequentadores das mais diversas Igrejas (Católica e Evangélicas) com suas famílias. Pastores e seus rebanhos; gente humilde que habita no entono do Hotel, na Vila Cabral e Santa Terezinha… Não detectamos caravanas do sertão, nem de João Pessoa. Mas, não podia ser diferente. Se não tinha uma “atração nacional”, e em cima da hora!

Campina Grande não conhece Nilvan Ferreira. Entretanto o identifica como o único alinhado com o seu perfil político, formado em sua maioria esmagadora pela direita Cristã Conservadora Bolsonarista. Ninguém mudou de lado desde 2018, quando as urnas da Rainha da Borborema conferiram a Jair Bolsonaro 60% dos votos válidos, no primeiro e segundo turno. Por que trocariam de posição agora?

O candidato do MDB, Veneziano Vital do Rego – campinense – resolveu fazer sua convenção na Capital, ao lado das esquerdas radicais. Isto nos fez lembrar uma resposta de Ronaldo Cunha Lima ao saudoso Vital do Rego, quando o tribuno o acusou de que após sua cassação (1969) ele havia “se mudado” da cidade. E Vital – também cassado no mesmo ano – ficou em Campina. O poeta respondeu: “eu me mudei, você mudou”. Ambos foram candidatos em 1968 pelo MDB, partido que disputaram a prefeitura de Campina Grande.

Veneziano e Pedro Cunha Lima “mudaram”. Campina, permanece a mesma. O “ex-cabeludo” traz a tiracolo em sua chapa Ricardo Coutinho, que quase mata de sede a Rainha da Borborema. É “Lulista”, defensor dos ideais da esquerda, LGBTQIA+ abortista, contra a família. Pedro Cunha Lima desequilibrou-se do “centro”, onde sempre esteve seu avô (Ronaldo) e o seu pai (Cássio). Deu uma guinada à esquerda, e passou a se espelhar na conduta comunista anacrônica do Frei Anastácio, arqui-inimigo dos Cunha Lima e de Campina Grande, defensor do “quanto pior melhor”, herança do comunismo dos anos 60.

A postura parlamentar de Pedro Cunha Lima nas últimas votações da Câmara dos Deputados fez “vela corar”. Votou ao lado de Anastácio contra o auxilio emergencial. Não sabe o valor de 200 reais, para quem ganha metade de um salário mínimo. Como se não bastasse, foi contra também ao piso salarial da Enfermagem. E para concluir o desacerto, se posicionou favorável a “saidinha” de assaltantes, assassinos e marginais de alta periculosidade, que se aproveitam desta aberração da lei para matarem, estuprarem, assaltarem e debandarem, não voltando mais ao presídio para cumprirem suas penas.

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*Rubicão – Roma aquartelava um grande exército. Júlio César havia se rebelado contra o Senado. Voltava dos campos de batalha, com 1/3 das tropas que estavam em Roma, para “negociar” o poder. Todos acreditavam que ele não teria coragem de atravessar o Rubicão, rio próximo a Roma. Se o fizesse, seria esmagado. Quando Júlio César o atravessou, a elite de Senadores correu, e o grande exército que guardava a Capital do Império se entregou, e se incorporou às tropas de César.

 

 

Fonte: Júnior Gurgel
Créditos: Júnior Gurgel