Pacificação

BAYEUX PRECISA DE PAZ: A cidade agoniza em 2020 - O ano que precisa terminar! Por Francisco Airton

A cidade de Bayeux precisa ou não de eleições indiretas? Eu particularmente acho que não. Não a essa altura do campeonato! Da mesma forma que não precisava de um prefeito acossado e cassado pela segunda vez!

A cidade de Bayeux precisa ou não de eleições indiretas? Eu particularmente acho que não. Não a essa altura do campeonato! Da mesma forma que não precisava de um prefeito acossado e cassado pela segunda vez! Não tenho dúvidas que o prefeito Berg Lima cometeu pecados, apesar de nega-los e alegar ter sido vítima de uma armação – não quero entrar no mérito dessa questão – (quando foi flagrado recebendo propina de um comerciante local) e se ocorreu, foi esse pecado que interrompeu uma trajetória política que poderia ter sido brilhante e que acabou escancarando o que passaria a ser o maior calvário de uma cidade! Por um tempo, após o ocorrido, custei acreditar que um jovem político que fora conduzido pelo povo ao mais alto degrau de um funcionário público (prefeito da sua cidade) e tendo como bandeira de campanha a luta em defesa da cultura, pudesse jogar tudo para o alto e tão precocemente, ser tentado por tão pouco!

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Mas após os vídeos viralizarem na internet, recuei. Infelizmente (segundo os vídeos), era verdade! Uma ingenuidade que jamais seria cometida por qualquer outro político iletrado (como muitos por aí afora). Nenhum político com um mínimo de conhecimento cairia numa cilada como aquela de uma vez que o Brasil vivia plenamente a novidade da “caça aos corruptos” e após as muitas cenas de políticos sendo levados para cadeia dentro dos camburões da PF. Mesmo assim armaram e o prefeito caiu! Mas tudo já parecia águas passadas! Após toda a frustração e decepção sofridas pelo povo, Berg retorna com o aval da justiça e tenta administrar o restinho de tempo que lhe sobrara para poder fazer diferente, mas não o fez! Mas, já que estava lá, que o deixassem trabalhar! Afinal todos merecemos uma segunda chance! A Câmara não deu trégua e a cidade nunca mais pode reaver a paz política que lhe fora tomada. Na minha opinião o mal nunca foi contra Berg. Sempre quem acabou sofrendo as consequências foi a cidade!

Acompanho a saga dessa cidade que me deu tanto e a qual aprendi a amar, onde fiz uma legião de grandes e queridos amigos e confesso, jamais imaginei que um dia pudesse ver a vida dos seus moradores tão revirada e exposta publicamente ao ponto de se tornar motivo de piada, dentro e fora do estado da Paraíba! Fora dos vídeos e áudios publicados, não tenho conhecimento de que o prefeito possa ter cometido outros crimes. O que eu queria era que a cidade pudesse seguir em frente e, se algo de ruim estava sendo feito, que os adversários e interessados em retomar o poder, pudessem esperar para ganhar a disputa nas ruas! O que sei é que, nem ele e nem quem, por acaso, pode fazer parte por um momento sequer da sua equipe de assessores, conseguiu jamais fazer algo pela cidade. O que fica provado é que, a partir do momento em que Berg Lima era escolhido para governar a cidade, lá em 2016, uma verdadeira corrida ao trono foi estabelecida por inimigos declarados e insatisfeitos com o resultado e pelos “amigos”, também, inconformados com a vitória do jovem político! E nunca mais a cidade teve paz e, ao que parece, os lamentáveis episódios que se sucederam só agradaram cada vez mais aos derrotados, aos inconformados e a todos aqueles interessados em se dar bem a qualquer custo sem maiores preocupações de qual o preço a cidade teria que pagar para atender a insana corrida pelo poder!

A verdade é que a partir da eleição, quando a nova e triste história de Bayeux começou a ser recontada, muitos nomes novos e velhos surgiram no cenário político. Mas, pasmem, nesse filme não existe mocinho! Nessa injusta corrida do “pega e derruba” nada ficou mais claro que a certeza de que nenhum dos que se apresentaram ou ainda se organizam posando de salvadores da pátria, merece essa cidade. Os escândalos – um atrás do outro – tem causado danos, talvez, irreparáveis aos bayeuxenses que já não sabem mais em quem acreditar para governar a sua cidade.

Quando Berg Lima foi escolhido para administrar Bayeux, vibrei muito, apesar de nem estar na cidade. Torci para que o desenvolvimento fosse a principal ferramenta de trabalho para os novos administradores. Eram dois jovens que poderiam ter feito muito – pelo município e por eles mesmos como jovens e promissores políticos, mas como num enredo digno de Hollywood, não demorou muito para que uma trama fosse arquitetada para uma tomada de poder. O então vice-prefeito, Luiz Antônio, armava na surdina (como foi dito logo em seguida nas redes sociais e principais veículos de imprensa do estado) para que o prefeito fosse cassado e ele pudesse assumir o poder! A farsa veio a público e logo o presidente da Câmara, vereador Noquinha, assumiu a cobiçada cadeira, mas cada um que assumia o cargo desfazia tudo o que o seu antecessor fizera ou pensara em fazer e uma enxurrada de demissões acontecia por que o novo titular precisava empregar os seus! Que vergonha! Mas é dessa forma que a coisa funciona em qualquer lugar do planeta, não é? Talvez sensibilizada com o sofrimento desse povo e na tentativa de pôr um fim na saga vergonhosa, a justiça resolveu devolver o poder a quem realmente fora escolhido pelo povo. Berg Lima reassumiu o cargo que lhe era de direito, mas a Câmara Municipal não parecia satisfeita! Um novo calvário começava a ser imposto a Bayeux e a paz, novamente, era ameaçada.

Será que os nobres edis estiveram preocupados por um momento sequer com a sua cidade? Berg não iria ter sossego para governar. O que ele fez ou deixou de fazer não cabe a mim julgar. Mas a minha esperança se renovava com a possibilidade de se poder fazer algo pela cidade, que pudesse – de alguma forma – apagar toda a sujeira ali construída! Sem maioria na Casa Legislativa, Berg padeceria de uma nova caçada, sem trégua o que lhe inviabilizaria de construir qualquer coisa!

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Que sina, a dessa cidade! Ninguém pareceu interessado em limpar o nome da cidade. Um nome, agora, investia no poder, Jeferson Kita, presidente da Câmara de Vereadores e que sabia ser o novo prefeito (o quarto mais precisamente) caso acontecesse algo ao prefeito naquele momento no poder! Outros tinham desejos parecidos, mas era inconcebível dez pretensos candidatos assumirem apenas uma cadeira de prefeito. Outras vantagens surgiriam com o resultado? Em nenhum momento alguém, ninguém, pensou em salvar a cidade do achincalhe, da chacota a que fora submetida!

O fato foi consumado! Berg, mais uma vez foi derrubado e assumiu, como parecia programado, Kita! Acho um absurdo que por pura ganância, políticos possam armar para derrubar quem está no poder, apenas com o intuito de beneficiar-se! A cidade não merecia tal destino! Achei absurdo, lamentei a manobra, mas política é algo mesmo confuso e nojento. Quando pensei que nada mais de ruim pudesse ocorrer na minha adotiva cidade, eis que uma nova mexida no tabuleiro é feita com a justificativa de acabar com o sofrimento da população! Às vésperas de uma eleição legal, Berg, que continuava prefeito e recebendo salário como tal (a cidade estava até então, com dois prefeitos) resolve renunciar com o objetivo de provocar novas eleições – e desta vez indiretas – o que derrubaria o prefeito interino faltando apenas três meses para a realização das eleições municipais! Isso é justo? Com a manobra (como num jogo de pôquer) Berg dá a cartada que poderá provocar a queda do novo prefeito (que, também, demitiu funcionários da gestão anterior para colocar os seus), um remédio bastante amargo para famílias inteiras agora na rua da amargura e em plena pandemia! Isso, também, é justo? O que fizeram as pessoas para merecerem isso? São apenas peças descartáveis numa engrenagem podre! Em menos de quatro anos Bayeux poderá ter sido a cidade que foi administrada por nada menos que cinco prefeitos, sem contar com duas administrações do próprio prefeito Berg Lima!

Lamento muito Bayeux, pelo sofrimento a que lhe impõem seus legítimos filhos! Afinal de contas, são as pessoas que saem do povo, que assumem cargos importantes, postas lá por esse mesmo povo que lamentavelmente se deixa facilmente enganar! Infelizmente, enquanto a cidade padece vítima de um vírus que tem flagelado o resto do Brasil e do mundo, que tem imposto a morte até esse momento, de quase 90 mil pessoas, a cidade sofre um golpe atrás do outro, estando na iminência de passar novamente por mais duas eleições (apesar de não ser essa uma escolha popular e sim da própria Câmara) e logo em seguida tendo a cidade que escolher um novo prefeito que dirá que está vindo para acabar com a corrupção, que irá melhorar a vida dos seus cidadãos e que tudo fará pela saúde, educação, cultura, etc. etc. e etc!

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O que entendo é que está longe de chegar a sua cidade, um político de honra inabalável, de preço incalculável, que traga para sua administração, como moeda de troca, vontade política! Que não tenha preocupação com uma obra apenas sua (pois ela, a obra não lhe pertence), pertence ao povo e que não esteja preocupado em não dar continuidade ao que o seu antecessor deixou de bom, pois isso pode beneficiar o adversário do último pleito! O incorruptível está distante. Diante disso tudo, então, cabe a nós eleitores cobrar mais dos nossos candidatos, benefícios para todos e não exclusivamente para nós ou nossas famílias. Para exigir desse candidato que queremos, se faz necessário darmos o exemplo. Quando um político nos compra, ele compra o que acha ser um direito. O direito de comandar a sua administração como bem entender. Como uma mera mercadoria de sua propriedade!

Se por acaso quiserem saber o que realmente penso sobre a atual situação política de Bayeux, eu respondo que, da mesma forma em que achei que deveriam ter deixado Berg Lima terminar o seu mandato, outorgado pelo povo, sou favorável que não aconteçam eleições indiretas apenas para desqualificar a interinidade de Kita. Esse fato, também, está consumado. Kita será sempre um ex-prefeito, se era esse o seu desejo. Então para que mexer mais na ferida? A cinco meses do final de um ano infernal em todos os sentidos, melhor deixa-lo terminar e que o novo prefeito escolhido nas urnas possa devolver ao povo a sua altivez perdida!

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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Francisco Airton