opinião

ANARQUIA INSTITUCIONAL - Por Rui Leitão

Estamos vivendo, lamentável e perigosamente, uma anarquia institucional, lembrando os anos sessenta do século passado.

Estamos vivendo, lamentável e perigosamente, uma anarquia institucional, lembrando os anos sessenta do século passado. Os três poderes previstos na Constituição interferem na competência um do outro para atender interesses que não são respostas à expectativa nacional do povo. Prevalecem as vontades individuais ou submetidas a ordens de grupos, dos que circunstancialmente exercem cargos nos espaços dos poderes executivo, judiciário e legislativo. A república no seu sentido mais verdadeiro é desconsiderada.

O princípio da república deveria ser a virtude. Constatamos, tristemente, que isso é o que menos importa no exercício das competências de nossas instituições. Na atualidade são estabelecidos como virtudes comportamentos que, na análise do que seja moral e ético, apresentam-se como desvios de posturas e vícios de corrupção. E o que mais nos deixa estarrecidos é que tudo começa a parecer normal, como se as regras da probidade, da decência e da honestidade, não tivessem a menor importância.

Imperam os desejos dos oligopólios da comunicação de massa e das elites econômicas dominantes,  manipulando consciências de forma a que esta seja uma situação que corresponda aos seus objetivos. Quanto mais se desentendam os poderes constituídos, mais fácil fica para desmoraliza-los e criar uma impressão de que a saída se faz através de intervenções conservadoras que ataquem de morte a democracia.

Na busca desse objetivo,  os reacionários estimulam os conflitos fraticidas, os enfrentamentos entre  compatriotas, na intenção de enfraquecer ideais, anular pensamentos ideológicos, fragilizar movimentos de rebeldia.

As instituições democráticas não podem continuar sendo vítimas dessa armadilha antipatriótica. É preciso que os seus integrantes se dispam das vaidades  e das motivações de ordem pessoal, e assumam o papel cívico que lhes cabe em defesa da ordem institucional que dará à nação o real sentido do que seja “república”.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Rui Leitão