Opinião

“Alzheimer Eleitoral?”: Indefinição Política deixa eleitor baratinado - Por Gildo Araújo

A que caminho os protagonistas da política paraibana querem levar o eleitorado? Hoje, vamos começar o texto com a enigmática frase

“Alzheimer Eleitoral?”: Indefinição Política deixa eleitor baratinado - Por Gildo Araújo

A que caminho os protagonistas da política paraibana querem levar o eleitorado? Hoje, vamos começar o texto com a enigmática frase que atribuem ao filósofo grego, Sócrates, quando supostamente disse que “Quanto mais sei, sei que nada sei”.

Pois para falar dos políticos atuais podemos considerar tudo muito “sui generis”, talvez pela mudança e avanços tecnológicos ou mesmo pela metamorfose de comportamento em que o próprio sistema político exige, já que o raciocínio do novo eleitor que está mais concentrado nas mídias sociais do que no trabalho realmente bem executado. 

Desde que o governador João Azevedo (PSB) colocou em dúvida sua própria candidatura ao Senado Federal, dentre as diversas variáveis de estratégias políticas para 2026, cada protagonista começou a formatar possibilidades de candidaturas buscando seus próprios interesses.

E a verdade é que, devido à evolução midiática, há uma exigência natural das redes sociais para que haja uma antecipação de lançamento de pré-candidaturas, tendo em vista as milhares de inserções que são colocadas nas mídias sociais cotidianamente, e o eleitor pode não fixar em quem irá votar nas próximas eleições.

Veja o exemplo do que aconteceu com o senador Efraim Filho (UB), na eleição de 2022, que partiu cedo com a proposta, fixou seu nome para o Senado e quando Aguinaldo Ribeiro (PP), que ainda tinha um pensamento da antiga eleição, foi acordar, já era tarde, pois o nome de Efraim já estava na mente do eleitor.

Aliás, a mesma coisa está fazendo o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), como diz lá no meu interior, “está desembestado”, visitando e já fechando acordo com centenas de prefeitos paraibanos, o que lhe traz como grande favorito para, pelo menos, garantir a segunda vaga.

Essa procrastinação só aumenta a confusão dentro do próprio grupo do governador, pois tinha-se como possível candidato Adriano Galdino (Republicanos), porém, depois da indicação de sua filha para o TCE, ficou mais distante na disputa; agora, tem-se Cícero Lucena (PP), com uma postulação oriunda da morosidade da indefinição de João Azevedo e também da indefinição de Hugo Motta (Republicanos). Sobre Hugo, esse realmente não pode definir nada agora, já que pode lhe prejudicar nas articulações na Câmara Federal.

Porém, não para por aí, há de se falar também na própria movimentação de um grupo de secretário do Governo do Estado que, pensando em seus próprios interesses, tenta a todo instante convencer o governador a não deixar o governo, o que seria uma péssima ideia, já que a preço de hoje, estaria eleito para o Senado Federal.

E para completar ainda mais esse pacote de indefinições, agora chega a possível federação entre o PSD de Pedro Cunha Lima, o MDB do senador Veneziano e o Republicanos do deputado Hugo Motta. O reflexo de todos esses embaraços atípicos que hoje vive a política paraibana, tem provocado um verdadeiro “Alzheimer eleitoral” transparecendo que o eleitor paraibano perdeu também sua identidade ideológica, acabando de uma vez por todas com aquele sentimento de emoção das velhas campanhas eleitorais, símbolo maior de nossa democracia.

Perante todo esse “fogo amigo” notável dentro do grupo do governador, há uma observação que se deve ser feita e analisada: se o governador realmente quiser ser um dos prováveis senadores da Paraíba, terá que deixar o governo para Lucas Ribeiro, o qual será candidatíssimo, e quem achar que é fraco, faça uma análise do que aconteceu com o vice-governador Roberto Paulino, que assumiu o governo em 2002 e mesmo sem ser conhecido na Paraíba disputou as eleições contra Cássio Cunha Lima, e com uma grande aceitação levou a disputa para o segundo turno obtendo 48,65% dos votos, contra 51,35%, o que mostra o poderio da máquina do governo já naquela época, imagine hoje com a administração toda organizada, tendo um candidato jovem à frente do governo, como é o caso de Lucas Ribeiro (PP). Sem sombras de dúvidas, tem amplo favoritismo para vencer as eleições, tendo em vista que dificilmente, nos moldes atuais, quem está no poder deixa de vencer uma eleição.

E mais, vale salientar que diferentemente de Roberto Paulino, que só começou a trabalhar a eleição em cima da hora, Lucas Ribeiro já assumiu seu protagonismo e já vem trabalhando sua reeleição há muito tempo, já intensificando a agenda cada vez mais abrangente, o que terá um peso incomensurável lá na frente.

Portanto, é preciso que seja dado um desfecho a isso tudo para que evite esse “Alzheimer eleitoral”, essa sensação de ansiedade turbulenta proporcionada pelos próprios atores políticos e que a população venha a votar de forma consciente, em um projeto de desenvolvimento para a Paraíba de forma consistente, na perspectiva de que, caso seu candidato vença, cumpra com o que foi prometido, e que não seja só mais uma inserção midiática.

Quem viver, verá!

Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba