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A rejeição política do mundo social - Por Rui Leitão

O mundo social é por natureza pluralista. Nele observamos conflitos, divergências, antagonismos, pontos de vista diversificados. É preciso saber viver com essas situações. O nosso espaço democrático exige dos atores políticos a perfeita compreensão de que os paradigmas da evolução civilizatória não aceitam comportamentos que estimulem práticas individuais em detrimento do bem comum. Muito mais quando a irresponsabilidade passa a ser marca da personalidade desses personagens que militam no campo da política, desrespeitando normas e valores que definem a ética e a moral.

O mundo social é por natureza pluralista. Nele observamos conflitos, divergências, antagonismos, pontos de vista diversificados. É preciso saber viver com essas situações. O nosso espaço democrático exige dos atores políticos a perfeita compreensão de que os paradigmas da evolução civilizatória não aceitam comportamentos que estimulem práticas individuais em detrimento do bem comum. Muito mais quando a irresponsabilidade passa a ser marca da personalidade desses personagens que militam no campo da política, desrespeitando normas e valores que definem a ética e a moral.

Quando isso acontece, nasce na sociedade um sentimento de indignação, que se manifesta coletivamente por índices de rejeição. É uma forma espontânea de expressar desilusão, desencanto, desagrado, em relação a posturas políticas incompatíveis com a honra, a dignidade e o decoro do cargo público que esses líderes estejam ocupando. Reação perfeitamente normal da população pensante, ao “status quo” que não atende a seus interesses.

A rejeição popular é um reflexo da opinião pública diante de situações que evidenciam descontentamento com a forma como determinadas autoridades conduzem o seu agir político. É um sinal claro de inconformismo, ainda que configurado silenciosamente. Mas é um recado com potencial poder de mobilização social. A incerteza do amanhã provocando preocupação coletiva, que pode resultar em um quadro de efervescência política com características de contestação.

O eleitor vem aprendendo a acompanhar o desempenho dos eleitos. Mas é assim que se exercita a cidadania política. Esse olhar crítico deve permanecer no período pós-eleitoral, nunca se omitindo nas avaliações das decisões políticas que repercutem na vida de cada um integrante do agrupamento social a que esteja inserido. A indicação de tendências resultantes de pesquisas de opinião pública, sejam de apoio ou reprovação, revela uma situação de momento. O político sensato, responsável e comprometido com o bem comum, necessita saber fazer a leitura dos números obtidos, especialmente quando revelam índices de alta rejeição.

O humor público jamais deverá ser desconsiderado por quem esteja militando na política. Quando ele se coloca em posição contrária ao que se espera do agir político, está mandando um recado que precisa ser analisado cuidadosamente para que se possa recuperar o apoio popular que garanta sua permanência em condições de liderança. Desacreditar dessas mensagens apresentadas em pesquisas de opinião pública, não é uma boa estratégia política. Afinal, ainda que saibamos que é possível enganar algumas pessoas por algum tempo, é impossível enganar todo mundo durante todo o tempo. Persistir cometendo erros que se tornam perceptíveis pela maioria da população, é caminhar para o fracasso político-eleitoral.

Se o político recusa a conhecer o nível de satisfação, ou insatisfação, dos seus eleitores, ele está deliberadamente deixando de responder às demandas populares. A opinião reativa da população ao se pronunciar em desarmonia com o comportamento político de uma liderança, é estatisticamente significante para que se analise como está se posicionando diante da realidade político-social vivenciada.

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba