
Em uma operação criminosa, o respeitado e temido BOPE do Rio de Janeiro matou, com um tiro no abdômen, um jovem de apenas 23 anos — trabalhador, pai de uma criança de 2 anos — e ainda feriu outras cinco pessoas. Herus Guimarães Mendes participava de uma tradicional festa junina no Morro do Santo Amaro, no bairro do Catete. Dezenas de crianças também estavam presentes no evento.
Os primeiros relatos apontam para uma ação desastrada do grupo de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A incursão no morro teria como objetivo impedir uma guerra entre facções. Diante da repercussão, o governador do estado afastou o comandante da operação.
O trágico caso de Herus não é uma ocorrência isolada. A todo instante, inocentes são mortos em ações policiais pelo Brasil afora. É compreensível que, ao enfrentar bandidos fortemente armados — com fuzis de uso militar — o policial esteja submetido a um nível de estresse inimaginável. Sua vida está em constante risco. O cometimento de erros é, em certa medida, compreensível. Mas matar um inocente, jamais.
Dez mil bandidos presos ou mortos não justificam a morte de um único inocente. Jamais! A impressão que tenho é que a sociedade se embruteceu, perdeu valores preciosos. A morte de pessoas pobres não comovem mais. A polícia está no front de uma guerra, cumprindo missões de alta complexidade. Lida com a morte todos os dias. É até compreensível que equívocos ocorram. Mas matar inocente, não!
Poucas semanas atrás, o BOPE realizou uma operação bem-sucedida no Complexo da Maré. Três criminosos foram mortos, incluindo o chefe do tráfico da comunidade e líder de uma facção, conhecido como TH da Maré. Essa investida mostrou que, com planejamento e inteligência, é possível combater eficiência.