Acabei de assistir a live de Caetano Veloso e continuei vivendo o imaginário que ele construiu nas letras de suas canções. Em algumas, reflexão das emoções do viver, noutras lamentos, mas também, mensagens de ânimo para lutar, sem nunca desistir de procurar vencer. Todas elas plenas de poesias. Gênio é assim, produz comunicação, seja na verbalização poética, seja na expressão musical, conseguindo falar por nós, de uma forma que não seríamos capazes de fazer. Caetano tem essa competência.
Coincidentemente estava lendo o seu livro VERDADE TROPICAL que recebi de presente de minha confreira do IHGP, Marta Falcão, o que me fez compreender melhor essa figura extraordinária da música popular brasileira. Ele não é apenas um compositor e cantor famoso, se tornou lenda. Alguém que está além do comum. Traz consigo a excepcionalidade. Acompanhei no seu relato, o drama de ter sido um preso político da ditadura militar. E o que é mais grave, ele nem sabia porque estava preso. Até porque alas da esquerda não gostavam dele. Viam o tropicalismo como uma manifestação artística não engajada. Era sim um subversivo no que tocava às ideias e conceitos conservadores da ditadura militar, mas não era um militante da esquerda.
Sempre amou a polêmica. Nos palcos fez questão de se mostrar o diferente, o excêntrico. Nunca se importou com a forma como seria recebido pelo público. Desafia a crítica, tanto a jornalística, quanto a popular. Parece ser esse o seu objetivo. Provocar debates, controvérsias, sobre o que diz cantando e sobre atitudes e comportamentos que extravagantemente adota. Gosta de se afastar dos padrões considerados nornais. Defende a diversidade cultural brasileira, a pluralidade no modo de pensar e de agir socialmente. O tropicalismo, embora de pouca duração, deixou um legado ainda hoje reconhecido. Afrontou tradições, assumiu posturas de confronto.
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Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão
