Opinião

A CAMINHO DE UMA CONVULSÃO SOCIAL - Por Júnior Gurgel

Usando o “poder da caneta”, interpretando a Constituição Federal nos moldes que lhes convém, nove ministros do STF designaram um de seus pares – Alexandre de Morais – para executar a mórbida tarefa de garantir através das urnas eleição de uma procaz (afrontando a Nação) empreitada que desvaleu princípios fundamentais de nossa democracia, derrubando basilares cláusulas pétreas da Constituição, inclusive a que nos assegura a liberdade de opinião, expressão e livre manifestação.

Foto: Reprodução

Usando o “poder da caneta”, interpretando a Constituição Federal nos moldes que lhes convém, nove ministros do STF designaram um de seus pares – Alexandre de Morais – para executar a mórbida tarefa de garantir através das urnas eleição de uma procaz (afrontando a Nação) empreitada que desvaleu princípios fundamentais de nossa democracia, derrubando basilares cláusulas pétreas da Constituição, inclusive a que nos assegura a liberdade de opinião, expressão e livre manifestação.

A ofensiva truculenta atentada contra as redes sociais, iniciada no período eleitoral – atos monocráticos de Alexandre de Morais – causou enorme prejuízo a milhões de usuários, que as utilizavam profissionalmente como “digital infuencer”. Internautas que levaram anos colecionando “seguidores” e seguindo de volta, de repente, por postar ou revelar sua simpatia por um candidato antissistema, foram bloqueados ou banidos. Isto representa um desemprego em massa na “informalidade”, ainda não perceptível. A “desmonetização” de centenas de canais do Youtube desempregou o novo Jornalismo do século XXI, e milhares de veteranos da TV e Radiofonia, que empurrados pela compulsória estavam fora do mercado de trabalho.

A indiferença desumana do ministro, movido pela fúria, o levou a aplicar multas de 100 mil reais por dia a caminhoneiros, profissionais que passam 24 horas nas estradas – longe do conforto do lar – e mal conseguem embolsar o suficiente para sua sobrevivência e simultaneamente pagar em dia a prestação do seu “ganha pão”. Vidas que por ora, estão inviabilizadas. Muitos tiveram o veículo apreendido, e só liberarão após pagarem as multas, que superam o valor do próprio bem.

Dezenas destes honrados trabalhadores das estradas ainda estão presos, encarcerados em cadeias de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso… Não dispõem de dinheiro para pagar advogados caros, e o Habeas Corpus é inútil, terminantemente negado pelo STF, para fortalecer cada vez mais o poder do seu Superministro.

Grupo de grandes empresários ainda responde inquérito, por conta de conversas e opiniões pessoais expressadas nos restritos grupos do WhatsApp, “monitorados” (?) a pedido de quem, e por qual motivo, eles desconhecem. Todavia, tiveram seus sigilos bancários quebrados e valores nas contas bloqueados. Ampliando o castigo, ficaram proibidos de usarem as redes sociais. Segundo o ministro Alexandre de Morais, “estas pessoas” praticavam “atividades antidemocráticas”. Invenção da “Juristocracia” do STF, semelhante ao extinto AI-5 do período dos militares.

O que ora estamos vivendo no Brasil só encontra semelhanças históricas com a Alemanha Nazista – pós Olimpíadas de 1936 – quando foram criados diversos “Estados”, dentro de um Estado, dando origem ao medo generalizado e o terror imposto pelas SS e Gestapo, que atropelaram a Justiça e paralisaram o Parlamento.

Ontem (12.12.2022) o TSE diplomou Lula como presidente eleito, num evento deserto de gente, prestigiado apenas pela velha turma do Mensalão e Petrolão, afora alguns viciados profissionais da política. Não se governa uma Nação sem interagir com a população. Um deputado federal do PL propôs a PEC da Anistia, revogando todos os atos abusivos de Alexandre de Morais. É a única alternativa para tentar pacificar o País, evitando distúrbios e manifestações violentas. Infelizmente, não lhes deram ouvidos. A Câmara e Senado estão de olho na “propina milionária” que embolsarão para aprovarem a emenda “Fura Teto”.

Que a mão de Deus nos salve de uma convulsão.

Fonte: Júnior Gurgel
Créditos: Polêmica Paraíba