A Polícia Federal revelou que uma quadrilha que fraudava empréstimos bancários, desarticulada na semana passada no Rio de Janeiro, movimentou mais de R$ 2 bilhões em 334 empresas fantasmas nos últimos 25 anos.
O esquema era operado pelo empresário Jobson Batista, um ex-oficial da Marinha Mercante que contratava os empréstimos em instituições financeiras para essas firmas de fachada e não os quitava.
Considerado pela PF um dos maiores estelionatários do país, Jobson cooptava, segundo as investigações, gerentes de bancos públicos e privados para a liberação dos valores.
Esses profissionais recebiam agrados, que incluíam uísques, celulares e um percentual do dinheiro pactuado.
Segundo a reportagem, as empresas fantasmas eram criadas em nome de laranjas, que forneciam seus dados por recompensas bem mais modestas — um morador de rua, por exemplo, aceitou ceder números de seus documentos em troca de cachaça.
O empresário e sua mulher, Cláudia Márcia, foram presos na última quinta-feira (21), num condomínio de luxo onde moram, em Piratininga, em Niterói, na Região Metropolitana, junto com a mulher.
De acordo com a investigação, o imóvel foi adquirido para lavar dinheiro fruto dos golpes. Outros oito integrantes da quadrilha também foram detidos. Jobson já havia sido preso em 2024, após um dos laranjas ser detido numa agência bancária tentando sacar dinheiro com documento falso.
Na delegacia, o empresário revelou para a polícia detalhes do esquema e tentou subornar o delegado. Acabou atrás das grades por corrupção ativa. Seis meses depois, em novembro, deixou a cadeia, sob monitoramento de uma tornozeleira eletrônica. Agora, voltou à mira da polícia após a investigação descobrir que ele manteve as fraudes dentro da prisão e depois de sair.
Eles vão responder por estelionato qualificado, organização criminosa, lavagem de dinheiro, além de financiamento fraudulento.
Advogado do casal, Jair Pionetto, disse, em nota, que a inocência deles ficará comprovada no curso do processo.
Fonte: O Globo
Créditos: Polêmica Paraíba