
A Polícia Federal deflagrou nesta semana a Operação Héstia, que mira uma associação criminosa especializada no contrabando de migrantes para os Estados Unidos e na lavagem de dinheiro. Na Paraíba, foram cumpridos mandados de busca e apreensão que, segundo os investigadores, são considerados fundamentais para detalhar o funcionamento da rede. A ofensiva também ocorreu na Bahia, em São Paulo e em Minas Gerais, com a participação de 44 policiais federais.
De acordo com a PF, o grupo criminoso teria ajudado 406 pessoas a entrar ilegalmente nos EUA, movimentando mais de R$ 12 milhões em pagamentos de diferentes modalidades — incluindo dinheiro em espécie, cheques e operações de câmbio.
As investigações revelam que os suspeitos usavam agências de viagens de fachada e uma rede de intermediários, conhecidos como “coiotes”, para recrutar as vítimas e organizar as travessias. Muitas delas, em geral de origem humilde, entregavam somas altas ou bens como carros, imóveis e motocicletas em troca da promessa de chegar ao território norte-americano.
Durante o trajeto, os migrantes eram expostos a riscos e ameaças, especialmente em casos de deportação ou fracasso na viagem. Um dos alvos foi preso em Barra de São Francisco (ES). Segundo a PF, além de estar foragido, ele era responsável por cobranças violentas contra aqueles que não conseguiam quitar os valores combinados.