Igreja Batista

Pastor é acusado de aplicar golpe de R$ 2,5 milhões em fiel: "Fui enganada"

Depois disso, a amizade com o pastor se intensificou, assim como as contribuições. Em 2014, quando começou a desconfiar que a filantropia não era o verdadeiro destino do seu dinheiro, já tinha transferido cerca de R$ 2,5 milhões para uma empresa criada pelo pastor alegadamente com o objetivo de gerenciar as obras sociais.

Bancária aposentada, solteira, sem filhos, rica e profundamente religiosa. Aos 54 anos, S.M.S. era conhecida em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, pela fé e pela disposição para fazer caridade. Em 2011, soube por emissários do pastor Lucas Ferreira da Silva, da Igreja Batista, dos planos da igreja de construir uma creche para prestar apoio às mães carentes. De imediato, fez duas doações de R$ 70 mil e R$ 63 mil.

Depois disso, a amizade com o pastor se intensificou, assim como as contribuições. Em 2014, quando começou a desconfiar que a filantropia não era o verdadeiro destino do seu dinheiro, já tinha transferido cerca de R$ 2,5 milhões para uma empresa criada pelo pastor alegadamente com o objetivo de gerenciar as obras sociais.

“Fui enganada”, disse S.M.S. à Justiça.

A aposentada contou que começou a trabalhar aos 16 anos de idade e que sempre levou uma vida espartana e disciplinada. A caridade era seu grande objetivo na vida. “O pastor tornou-se sua referência religiosa e passou a guiar os seus propósitos filantrópicos”, disse à Justiça o advogado Leonardo Sica, que a representa. Denunciado pelo Ministério Público por estelionato, o pastor deverá ser julgado nas próximas semanas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Em maio do ano passado foi condenado em primeira instância a uma pena de seis anos, nove meses e 20 dias de prisão em regime fechado. “O réu se aproveitou da benevolência da vítima”, afirmou o juiz Peter Eckschmiedt. O TJ agora vai analisar recurso do pastor, que aguarda o novo julgamento em liberdade.

Na defesa apresentada à Justiça, os advogados do pastor negaram que ele tenha cometido o crime.

“O pastor não buscou, em qualquer momento, se apropriar de recursos financeiros [de S.M.S], eis que nada foi em seu benefício próprio e, tão somente, no interesse do desenvolvimento do projeto [social]”, afirmou a sua defesa. “Não houve dolo e tampouco o objetivo de se locupletar.”.

 

Fonte: POLÊMICA PARAÍBA
Créditos: METROPOLES