peculato, corrupção passiva e ativa

OPERAÇÃO CIFRÃO: Buega Gadelha, Fiep, Sesi e prefeitura de Queimadas são alvos de investigação

A Fantoche teve entre os investigados o atual presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Francisco Benevides Buega Gadelha

A operação Cifrão, desencadeada nesta quinta-feira (2) por Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal e Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), é a outra ponta de uma corda de caranguejo. É uma prática muito comum entre os órgãos de persecução criminal. Eles compartilham as informações e uma operação acaba resultando em outras. Esta, por exemplo, é um desdobramento da operação Fantoche, desencadeada pela PF em fevereiro de 2019.

A Fantoche teve entre os investigados o atual presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Francisco Benevides Buega Gadelha. A atual também tem o comandante do Sistema “S”, no Estado, como um dos investigados. E isso ocorreu depois que a Polícia Federal, em Pernambuco, solicitou à CGU informações sobre fiscalizações ou impropriedades envolvendo as entidades que compõem o sistema “S” na Paraíba. O resultado disso é que foram encontrados muitos contratos suspeitos.

A investigação encontrou indícios do cometimento de crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, fraudes em licitação, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Tudo isso passou a ser alvo das investigações que resultaram na nova operação. Pelo menos três empresas e seus dirigentes passaram a ser investigados, sob a suspeita de que houve direcionamento em licitações, favorecendo empresas que passaram a superfaturar os contratos.

Surgiram indícios de participação de integrantes do Sistema S na composição societária de empresas que teriam participado dos contratos para a execução de obras e reformas contratadas pelo governo. As empresas, alvos das investigações, os dirigentes delas e do Sistema S e a prefeitura de Queimadas foram alvos do cumprimento de mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira.

Durante a investigação, constatou-se indícios de superfaturamento de mais de dois milhões de reais em três obras de construção e reforma de Centros de Atividades do SESI/PB, além da existência de vínculos entre os sócios das empresas contratadas e colaboradores e dirigentes do Sistema Indústria da Paraíba (Fiep, Sesi, Senai e o Instituto Euvaldo Lodi)

Com o aprofundamento das investigações pelos órgãos parceiros, constatou-se movimentações financeiras entre as contas bancárias das empresas contratadas e de pessoas relacionadas, direta ou indiretamente, ao Sistema Indústria da Paraíba, por meio de uma ginástica financeira, na tentativa de ocultar as aludidas transferências de recursos. Foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão.

O outro lado

Confira nota da Fiep

NOTA À IMPRENSA

A Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP) tomou conhecimento na manhã desta quinta-feira (02), das investigações relacionando o Departamento Regional do SESI na Paraíba. Todos os documentos solicitados foram entregues à Controladoria Geral da União (CGU), Polícia Federal e Ministério Público, com o intuito de contribuir com as investigações e elucidação dos fatos.

Campina Grande, 02 de julho 2020.

Resposta da prefeitura de Queimadas

NOTA OFICIAL PREFEITURA DE QUEIMADAS

A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União visitaram a Prefeitura Municipal de Queimadas no dia de hoje, visando buscar e apreender, por ordem da Justiça Federal, a cópia de um atestado de capacidade técnica emitido pela gestão municipal no ano de 2015, na administração do ex-prefeito Jacó Moreira Maciel.

De acordo com a decisão do Juiz Federal, a Prefeitura Municipal de Queimadas emitiu no ano de 2015 uma declaração de que a construtora LPM Construções de Edifícios Ltda., envolvida em possível esquema de corrupção no SESI-PB, teria realizado obras para o município.

O atestado de capacidade técnica foi emitido pela Prefeitura Municipal de Queimadas em 10.08.2015, mas a empresa só foi registrada no CREA-PB em 11.09.2015, um mês depois.

Este documento foi utilizado para dar a impressão de que a empresa tinha experiência em obras públicas, mesmo tendo apenas três meses de fundação.

Na busca, foi verificado que a LPM Construções de Edifícios Ltda. nunca realizou qualquer obra para esta municipalidade. Não foram encontrados processos licitatórios, contratos, empenhos ou pagamentos em seu nome.

Então, caso um servidor da Prefeitura Municipal de Queimadas tenha declarado, no ano de 2015, que a construtora LPM Construções de Edifícios Ltda., prestou tais serviços, emitiu informação falsa.

A gestão atual renova seu compromisso com a população de atuar com transparência, probidade e decência na administração dos recursos públicos, e estará sempre disponível para apresentar as informações necessárias à investigação pelos órgãos competentes.

Queimadas, 02 de julho de 2020

José Carlos de Sousa Rêgo

Prefeito Municipal

Fonte: Jornal da Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba